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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Rabiscos... (Parte 163 - Parte 2)


Estávamos em casa e eu dormia, na nossa cama, depois de ter ido no escritório pela manhã. O Luan estava na sala quieto, dedilhando no violão, ele estava assim desde quando eu tinha chegado. Acordei, mas continuei com os olhos fechados, ouvi ele entrar no quarto e senti o colchão afundar; ele havia sentado ao meu lado. Abri meus olhos e ele sorriu, sentei na cama, preguiçosamente, e senti o Rafa se mexer.

-Que foi? Olhei pra ele.

-Compondo...!

-Saiu alguma coisa?

-Umas frases, mas eu não gostei! Ele fez careta.

-Você sempre diz isso e quando eu vou ver a música é bonita! Por falar nisso...! -Levantei e abri uma gaveta, pegando uma pasta, pequena, e sentei na cama, novamente. -Olha isso! Entreguei a ele.

Na pasta eu tinha guardado algumas coisas nossas, como a primeira carta que escrevemos um para o outro, mas eu queria que ele visse que eu guardei todos aqueles papeis que ele jogava fora, com canções que ele não tinha gostado. Eu sempre pegava as anotações dele, gostava de guardar, mostrava o que ele estava sentindo, no dia que escreveu, mostrava, de certa forma, o que ele pensava e uma ideia que poderia servir para depois.

Ele olhava os papeis e sorria, olhando pra mim. Ele pegou cada um, daqueles papeis amassados que iria para o lixo e lia. Alguns só tinha uma frase ou uma palavra, outros músicas inteiras ou palavras escritas aleatoriamente. Palavras soltas que ele lia e algumas ele "reciclou", anotando em outro papel. Ele ficou quieto lendo e relendo os papeis, eu apenas o observava quieta.

-Caramba amor! Não sabia que guardava essas coisas! Ele me olhou.

-Eu gosto! Acho que não é justo jogar fora as coisas lindas que você escreve! Sorri.

-Ler isso! Ele me entregou o papel que ele anoutou algumas coisas.

"Foram todas pensadas em você!"

-Besta! Sorri.

-Vou chamar uma galera pra vi aqui em casa, pode ser?

-Claro! Adoro ver você compondo! Amor, vamo no supermercado?

-Isso é desejo ou brincadeira? Você odeia mercado e fila! Ele me olhou surpreso.

-Sei lá! Deu vontade, vamo vai! Que nem um casal normal, por favor! Pedia dengosa.

-O que você me pede, com esse jeitinho, que eu não faço? Ele respirou fundo.

-O lado bom é que a gente fica juntinho! Pisquei pra ele e o abracei derrubando-o na cama, e ele riu me beijando.

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