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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Um mal entendido (Capítulo 169 - Parte 2)

No dia seguinte acordamos tarde e eu já com desejo de comer acarajé, deixei o Luan maluco com esse meu desejo e o Rober chegou a ri, da cara que o Luan fazia. Eu ficava tranquila e o Luan ficava, ainda mais nervoso, até que ele conseguiu. Ele me trouxe com um sorriso nos lábios como se fosse um troféu, por que achar uma acarajé em São Paulo era difícil.

-Mô arranja uma coca pra mim? Comia a acarajé.

-Na mão, B! O Rober me deu.

Comia e me lambuzava inteira, estava com muito desejo e não conseguia parar. Trouxeram três acarajés completas (vatapá, salada e camarão), estavam muito boas. O Luan e o Rober me olhavam comer e riam, quando eu me lambuzava. Olhei pra eles e o Luan limpou minha boca, sorrindo, bebi o refrigerante.

-Mô não faz isso! O Luan me olhou e riu.

-Não faço! -Arrotei. -Saiu! Ri.

-Cara, nunca vi uma pessoa comer desse jeito! Que falta de educação! O Rober me olhou rindo.

-Estava com desejo e estou grávida, releve, por favor! Ri.

-Coitado do Rafa!

-Testa, deixa a minha muié, por favor!

-Quer competi? Olhei para o Rober.

-Eu vou acabar perdendo! Rimos.


Durante a tarde, como o Luan não tinha nenhum compromisso, ficamos no quarto assistindo filmes e abraçados, totalmente cobertos pelos lençois, por que estava fazendo muito frio em SP.

Acabei dormindo nos braços dele, durante um dos filmes, e ele teve que me acordar com selinhos para que eu fosse me arrumar, para irmos ao teatro conferir um musical.
Ele já estava arrumado quando eu fui tomar banho, mas quando eu estava tirando minha roupa meu celular tocou e eu atendi por ser meu pai. Minha mãe pediu pra falar, mas eu não quis deligando o celular, rapidamente. O Luan me olhava, preocupado com aquela situação, mas eu entrei no banheiro para tomar banho.

Durante o banho eu pensei sobre o que minha mãe falou no quarto do hospital, naquele dia, e eu fiquei a imaginar como seria a nossa conversa. Não gostava de ficar daquele jeito com ela, éramos muito amigas e sempre estivemos juntas, mas eu estava com medo da conversa e, um pouco, decepcionada com ela; eu tinha descoberto que ela era contra a tudo aquilo que eu estava vivendo.

Ela foi tomar banho e quando o celular dela tocou a entreguei e vi que era o pai dela. Ela ainda estava brigada com a mãe e eu me sentia mau por isso, sabia que eu era uma dos motivos para aquilo. Enquanto ela toçava banho pensava em mil maneiras de tentar conversar ela a conversar com a mãe, mas não encontrava. Tinha tentado conversar com a mãe dela, mas ela, simplesmente, me tratava mau; ela estava colocando a culpa em mim por a B não querer falar com ela. Mais eu queria resolver aquilo e não as atrapalhar.

Percebi que ela demorava no banho, talvez estivesse pensando ou até mesmo chorando. Ela e a mãe eram muito unidas e a B pensava que a mãe estivesse de acordo com tudo o que estava acontecendo na vida dela; entre nós dois, mas não. Achei a atitude da mãe dela radical demais, não precisava ela falar aquelas coisas. Ela não sabia da nossa vida, não via os meus esforços, pra sempre, estar ao lado da filha dela. Mudei minha rotina, minha vida, mudei a mim mesmo pela B e ela não enxergava isso; ela tinha que conversar com a gente, procurar saber muitas coisas antes de julgar a nossa vida.

Ela saiu do banho e eu fiquei observando, ela estava quieta e parecia triste, era sempre assim quando o pai dela ligava. Mais eu estava disposto a fazer ela sorrir e esquecer aquilo, mais uma vez; eu era capaz de tudo por ela. 

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