No meio da noite senti alguém beijar minha barriga. Abri os olhos assustada e vi que era o Luan, estranhei a atitude dele, mas me assustei, mesmo, foi com o tamanho da minha barriga. Não estava tão grande, mas dava pra perceber que ela crescia. O Luan me olhava de um jeito tão carinhoso e amoroso que me encantava. Ele foi desaparecendo aos poucos e eu o chamei, mas ele sumiu como se fosse fumaça. Sentei assustada na cama, e vi que tudo tinha sido um sonho.
Levantei e fiquei em frente ao guarda-roupa dele, as portas eram grandes espelhos. Eu me olhei e sorri ao levantar minha blusa, e deixei a mostra minha barriga a alisando. “Será?”, pensei. Logo minha atenção foi desviada, pelo barulho da porta se batendo. Estranhei por que a porta estava, antes, fechada, e eu tinha certeza, fiquei confusa e voltei a deitar na cama, na esperança de que ninguém tivesse me visto em frente ao espelho.
Acordei, cedo, com a barriga roncando, de fome. Tomei banho e desci. Me surpreendi ao vê-lo, logo cedo, cochilando no sofá, enquanto a mãe o embalava com carinhos.
-Oi mor! Ele olhou e logo sorriu.
-Oi! Sorri.
-Está com fome B? Dona Marizete me perguntou.
-Muita! Ri.
-Lembrei-me de quando eu estava grávida do Luan, eu sempre acordava com muita fome! Ela passou por mim, me olhando desconfiada.
Eu fiquei calada, meu coração gelou juntamente com o resto do meu corpo. Ela tinha me visto em frente ao espelho, pela noite. Fui tomar café, tentei disfarçar, mas ela me fazia comer quase tudo que estava na mesa. Ela parou nos observando, eu e o Luan, comermos.
-Vocês estam escondendo alguma coisa?
-O que? O Luan perguntou sem entender e eu permaneci calada.
-Nada! Ela me olhou fixamente.
-Ta, muito, bom esse bolo sogrinha! Desviei o assusto.
-É mesmo mamusca! O Luan concordou.
-A gente vai lá na casa que horas amor? Perguntei a ele.
-Quer ir lá agora? Ele perguntou.
-Tanto faz! Sorri.
-Quer ir com a gente mamusca?
-Não! É a primeira vez que vocês vão lá juntos, não quero atrapalhar esse momento! Ela sorriu, com lágrimas nos olhos.
Depois do café fomos para a nossa casa. O Luan colocou umas músicas do Zezé di Camargo e Luciano, para ouvir, e eu ri quando ele imitou o Zezé cantando. Quando chegamos à obra, ele parou em frente e os olhos dele brilharam ao olhar a casa.
-Caramba cara! O trem ta rápido demais, cara! Ele saiu do carro.
-E vai ficar linda! Saí do carro.
Ele ficou um tempo olhando a casa, mas logo fomos guiados, pelo mestre de obras, que nos explicou algumas coisas.
-Mor nosso quarto, vai ser massa! Ele se empolgou.
-Tem que ser né?! Ri.
-Vão ter quatro quartos, contando com o nosso, um eu vou fazer de escritório e o resto? Ele me olhou.
-Escritório, Luan Rafael? Trabalho aqui não entra, está me ouvindo?! Reclamei.
-Calma mor! É pra guardar os presentes e os prêmios! Ele me abraçou sorrindo.
-Ah! Sim! Acho bom! Sorri.
-O resto vai ser de hospedes, até por que seus pais vão dormir aqui quando vierem nos visitar né? Ele comentou pensativo.
-É! Mais um é especial e eu já tenho planos para ele! Sorri e saí andando.
-Vai fazer o que? Ele me seguiu curioso.
-Calma! Você vai saber logo, logo! Sorri.
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