Entrei na sala de
parto e nunca achei que aquele lugar, cheio de agulhas e bisturis, fosse me dá
alguma felicidade. Eu estava feliz e muito ansiosa pra pegar o Rafa no colo,
sentir ele em meus braços, o proteger. Não percebi quando a médica começou a
cirurgia, a minha mãe chorava a todo instante ao meu lado. Não senti nada,
queria ouvir o choro dele, eu queria que ele nascesse logo. Lembrei o Luan, ele
estava tão longe e isso parecia ser injusto, eu queria ele ao meu lado, queria
que ele pudesse ver o filho dele nascer.
-Está chegando! Minha mãe me avisou.
O choro dele
quebrou o silêncio daquele lugar, o choro era alto e forte. Eu não consegui
conter as lágrimas, eu chorei de felicidade. Olhei pra minha mãe e ela me deu
um beijo na testa. Eu queria pegar ele no colo, o acalmar, queria protegê-lo do
frio...
-Olha o Rafa
aqui! A médica apareceu com o Rafa enrolado em um lençol verde.
Ergui meus braços
e o segurei no meu colo. Assim que ele sentiu meu cheiro ele se acalmou, parou
de chorar, instantaneamente, e fechou os olhos.
-A mamãe tá aqui,
pronto! O papai já vem! Eu sorri e o beijei.
-Vou pesar, e as
enfermeiras irão dá o banho dele. Depois ele vai te ver no quarto, a gente vai
fazer alguns exames, tá bom? A médica me avisou e o pegou de volta.
Ela pegou dos
meus braços o Rafael Santana, que muitos estavam a o esperar, milhões de pessoas
rezavam por sua chegada, e tantas outras estavam curiosas por saberem como era
o filho do Luan Santana. O Rafael nasceu as dez, e trinta e cinco da noite, com
três quilos e cento e cinquenta gramas, no dia doze de outubro de dois mil e
doze, no dia de Nossa Senhora Aparecida à padroeira das crianças e do Brasil.
-Onde ela está? O
Luan entrou feito um meteoro no hospital.
-Está no quarto,
já! A mãe dele o avisou.
-E meu filho? Ele
sorriu.
-Vem! –A Bruna o
segurou pela mão e o guiou até o berçário. –É aquele ali! Ela apontou para um
dos bebês.
Ele o olhou, e
deixando cair lágrimas dos olhos, encostou no vidro e apoiou as mãos nele. Ele
ficou a observar o filho e não sabia como explicar, mas uma felicidade, que
nunca havia sentido antes, preencheu seu coração e o fez sentir um frio na
barriga.
-É lindo meu
neto! Ele olhou para o lado e o pai dela estava ao lado dele.
-É lindo mesmo
sogrão! Ele sorriu.
-Parabéns! Eles
se abraçaram.
Ficaram
observando o Rafael pelo vidro, por alguns instantes, quando uma enfermeira
entrou na sala e o Luan bateu no vidro, chamando a atenção dela. Ao se virar ela
se assustou, talvez por ser o Luan Santana do outro lado do vidro. Ela foi até
a porta.
-Posso ver meu
filho? Ele a perguntou.
-Não! É por
questão de prevenção, os bebês não podem ficar expostos, eles estam muito
frágeis, ainda, estam sem a primeira amamentação, então não estam fortes o
suficiente! Ela o explicou.
-Mas ele vai que
horas para o quarto?
-Daqui a pouco,
papai! Ela sorriu e entrou, novamente, no berçário.
-Vai ver a B! A
Bruna o sugeriu.
-Vou lá agora!
Ele sorriu.
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