Viajamos para o
Nordeste, e preferimos ficar em Salvador na nossa casa de praia, apesar de os shows
serem longe dali. Eu e o Luan queríamos aproveitar o maior tempo, juntos.
Aproveitar na casa de praia seria bom, o Luan disse que lá era mais tranquilo e
ele queria compor algo, fazia um tempo que ele não compunha nada, e ele estava
ficando com saudades. Estávamos empenhados com o show de lançamento do novo CD,
estão o Luan estava preocupado com isso e lhe ocupava muito tempo.
Chegamos e
encontramos com a Maria organizando, ainda, algumas coisas. Eu havia pedido a
sua ajuda, já que meus pais não estavam na cidade, e eu estava morrendo de
saudades deles. Sentir o cheiro do tempero da Maria, da comida baiana, me fez
ficar com desejo. Comi tudo o que tinha direito e o Luan ficava rindo, e não
acreditava que eu estava conseguindo comer aquilo tudo.
-Ela vai enjoar
mais tarde! O Luan comentou com a Maria, enquanto me via sentada no sofá,
assistindo TV, comendo, mais uma vez, a sobremesa.
-Vai! A Maria
riu.
Eles não estavam
errados, quando o final de tarde chegou eu passei a maior parte do tempo da
cama para o banheiro, e por algumas vezes cheguei a vomitar. A Maria e o Luan
ficaram ao meu lado e a médica reclamou por eu ter exagerado e ter deixado o
meu olho ser maior que meu estômago. Ela aproveitou e viu se estava tudo bem
comigo, me levando ao consultório, e chegou a brincar dizer que se eu
continuasse daquele jeito eu ia engordar e muito.
-Mais é só de vez
em quando, que eu saiu assim da dieta! Reclamei cruzando os braços.
-Bia você tem que
se controlar, principalmente com comida baiana! Eu sei que é uma tentação, todas
aquelas comidas, por que até eu não resisto, mas tem que se controlar! Mais eu
quero te dar os parabéns, sua pressão está ótima, você, ainda, não engordou
muito e pelo o que eu falei com a sua médica em Londrina e com o Luan, você
está seguindo direitinho, tudo o que te recomendamos! Ela sorriu.
-Viu?! Mereço um
momento assim! Sorri.
Quando voltamos
para a casa, eu estava melhor menos enjoada e muito melhor, pronta para o show
do dia seguinte em Sergipe. Chegamos e a Maria perguntou como eu estava me
entregando o telefone, por que minha mãe queria falar comigo saber como eu
estava, assim como meu pai. Fiquei um bom tempo pendurada no telefone com eles,
enquanto a Maria fazia uma sopa, bem leve, para eu comer. O Luan se afastou com
o violão indo para a praia, e eu o observava dedilhar, sentado na areia, era
lindo ver ele assim, e por muitas vezes me desconcentrei ao falar com meus
pais.
-Ele sempre
consegue me desconcentrar é incrível! Desliguei o telefone, ainda o olhando pela
janela.
-Vai lá! A Maria
sorriu.
-Vou! Sorri indo
em direção à praia.
Colocava um
casaco, por que estava fazendo frio, e levava o dele para ele, enquanto ia em
sua direção. Quando cheguei perto ouvi a nova melodia e o ouvi cantarolar
algumas frases, sentei ao seu lado o olhei e sorri.
-Toma seu casaco,
está ventando muito, hoje! O entreguei.
-Ainda não gostei
de nada! Ele comentou colocando o casaco.
-Eu gostei dessa
melodia! Sorri.
-Também gostei,
mas e a letra? Ele pegou o violão, e parecia ansioso.
-Não fica se
cobrando fazer uma música, por que assim não vai sair nada! Mesmo se sair à
música mais linda, do mundo, você não vai gostar! Relaxa! Você ainda tem muito
tempo pra isso! Alisei seu rosto.
-Por que você
sempre está certa? Isso me irrita! Ele colocou o violão de lado e me abraçou.
-Nem sempre eu
estou certa, eu admito! Rimos.