Subimos e quando chegamos ao quarto ele foi
direto fazer terere, até ele terminou ficando com vontade de tomar. Enquanto
ele fazia eu o abracei por trás e fiquei grudada a ele. Ele ria enquanto eu não
desgrudava.
-To suado mor! Ele falou.
-Tem nada não! Sorri.
-Sonhou com algo pra te fazer ficar com desejo? Ele perguntou.
-Não! Eu levantei e vi a garrafinha que você
coloca a água e fiquei com vontade!
-Espera, deixa eu virar! –O soltei e ele ficou de
frente pra mim. –Por que você não gosta do Gutão mor? Ele me entregou o terere.
-Eu? Por que essa pergunta? Peguei o terere e saí
andando até a cama.
-B não esconde nada de mim! Ele me virou, para
ficar de frente para ele.
-É que eu pensei que você ficaria com ciúmes, só
isso! O olhei, e tomei um gole do terere.
-Tem certeza? Ele me olhou desconfiado.
-O que teria mais? Disfarcei.
-Não sei, conta você!
-Nada?! Sentei na cama, ligando a TV.
-Amor, sério, me conta! Ele sentou ao meu lado, e
virou meu rosto para ele.
-Poxa, Lú! Eu disse que não é nada! –O olhei e
entreguei o terere para ele. –Perdi até a vontade de beber o terere!
-Desculpa! Toma vai! –Ele me entregou o terere. –É
que você nunca tratou ninguém, assim. Você finge que ele nem existe, e você
estava toda empolgadinha no começo! Ele me olhou sério.
-É que eu preferi ficar assim, para você não
pensar algo e ficar com ciúmes. Sei lá!
-É só isso mesmo? Ele perguntou, desconfiado.
-É! Iria ter mais o que ?
-Não sei!
-Então, se você não sabe imagine eu! Deitei na
cama.
Ele foi tomar banho, e eu sabia que ele já
desconfiava de algo. Fechei os olhos e preferi continuar não demonstrando nada.
Ele demorou no banho, mais que o normal, e eu acabei dormindo. Senti que ele
deitou ao meu lado e me abraçando ficou a me observar.
-Por isso que você me perguntou aquelas coisa? Que você está insegura? Ele me perguntou.
-Hã? Abri os olhos. Estávamos deitados, um de
frente para o outro.
-Me conta, logo, o que está acontecendo, antes
que eu descubra por outra pessoa! Me conta amor!
-Amor não tem nada! Nada mesmo! Pára com isso!
-Amanhã tem o show, da Lacta e quero você do meu
lado. Não quero você trabalhando!
-Tá! Sorri.
-Te amo! Ele beijou minha testa e me abraçou,
ficando quieto.
Estava com medo de contar a ele algo, e a reação
dele ser a pior. Senti medo de causar algo que pudesse prejudicar alguém, senti
medo de perdê-lo. Iria continuar a agir daquela forma, sem causar nenhum tipo
de clima ou aproximação. Iria continuar andando sempre acompanhada, por pessoas
que o Luan confiava que não pudesse me causar nenhum tipo de problema. Seria
melhor daquela forma, mas o medo insistia, e quando não aguentasse mais ou se
ficasse explicito algo eu contaria a ele.
Durante a noite ele levantou e foi para a varanda
do quarto, e ficou observando o céu. Eu acordei e o vi, ali quieto perdido nos
pensamentos. Assim como eu, ele estava com medo de que algo acontecesse. O Luan
não era tão desligado, o quanto muitos pensavam, ele enxergava, às vezes, o que
muitos não viam e eu sabia que comigo, em relação a nós dois, não era
diferente.
Esperei ele voltar para cama, e quando ele
voltou, ele tomou um susto quando eu o abracei. Ele retribuiu o abraço, porém
um pouco mais forte. Eu senti o cheiro dele, e ouvi as batidas do seu coração,
fechei meus olhos e desejei, pedi que nada acontecesse, que nada de ruim nos
atingisse naquele instante. Naquele momento, eu precisava dele ao meu lado mais
que do que em qualquer outro momento.
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