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terça-feira, 24 de abril de 2012

Desligado? (Capítulo 55 - Parte 2)


Subimos e quando chegamos ao quarto ele foi direto fazer terere, até ele terminou ficando com vontade de tomar. Enquanto ele fazia eu o abracei por trás e fiquei grudada a ele. Ele ria enquanto eu não desgrudava.

-To suado mor! Ele falou.

-Tem nada não! Sorri.

-Sonhou com algo pra te fazer ficar com desejo? Ele perguntou.

-Não! Eu levantei e vi a garrafinha que você coloca a água e fiquei com vontade!

-Espera, deixa eu virar! –O soltei e ele ficou de frente pra mim. –Por que você não gosta do Gutão mor? Ele me entregou o terere.

-Eu? Por que essa pergunta? Peguei o terere e saí andando até a cama.

-B não esconde nada de mim! Ele me virou, para ficar de frente para ele.

-É que eu pensei que você ficaria com ciúmes, só isso! O olhei, e tomei um gole do terere.

-Tem certeza? Ele me olhou desconfiado.

-O que teria mais? Disfarcei.

-Não sei, conta você!

-Nada?! Sentei na cama, ligando a TV.

-Amor, sério, me conta! Ele sentou ao meu lado, e virou meu rosto para ele.

-Poxa, Lú! Eu disse que não é nada! –O olhei e entreguei o terere para ele. –Perdi até a vontade de beber o terere!

-Desculpa! Toma vai! –Ele me entregou o terere. –É que você nunca tratou ninguém, assim. Você finge que ele nem existe, e você estava toda empolgadinha no começo! Ele me olhou sério.

-É que eu preferi ficar assim, para você não pensar algo e ficar com ciúmes. Sei lá!

-É só isso mesmo? Ele perguntou, desconfiado.

-É! Iria ter mais o que?

-Não sei!

-Então, se você não sabe imagine eu! Deitei na cama.

Ele foi tomar banho, e eu sabia que ele já desconfiava de algo. Fechei os olhos e preferi continuar não demonstrando nada. Ele demorou no banho, mais que o normal, e eu acabei dormindo. Senti que ele deitou ao meu lado e me abraçando ficou a me observar.

-Por isso que você me perguntou aquelas coisa? Que você está insegura? Ele me perguntou.

-Hã? Abri os olhos. Estávamos deitados, um de frente para o outro.

-Me conta, logo, o que está acontecendo, antes que eu descubra por outra pessoa! Me conta amor!

-Amor não tem nada! Nada mesmo! Pára com isso!

-Amanhã tem o show, da Lacta e quero você do meu lado. Não quero você trabalhando!

-Tá! Sorri.

-Te amo! Ele beijou minha testa e me abraçou, ficando quieto.

Estava com medo de contar a ele algo, e a reação dele ser a pior. Senti medo de causar algo que pudesse prejudicar alguém, senti medo de perdê-lo. Iria continuar a agir daquela forma, sem causar nenhum tipo de clima ou aproximação. Iria continuar andando sempre acompanhada, por pessoas que o Luan confiava que não pudesse me causar nenhum tipo de problema. Seria melhor daquela forma, mas o medo insistia, e quando não aguentasse mais ou se ficasse explicito algo eu contaria a ele.  

Durante a noite ele levantou e foi para a varanda do quarto, e ficou observando o céu. Eu acordei e o vi, ali quieto perdido nos pensamentos. Assim como eu, ele estava com medo de que algo acontecesse. O Luan não era tão desligado, o quanto muitos pensavam, ele enxergava, às vezes, o que muitos não viam e eu sabia que comigo, em relação a nós dois, não era diferente.

Esperei ele voltar para cama, e quando ele voltou, ele tomou um susto quando eu o abracei. Ele retribuiu o abraço, porém um pouco mais forte. Eu senti o cheiro dele, e ouvi as batidas do seu coração, fechei meus olhos e desejei, pedi que nada acontecesse, que nada de ruim nos atingisse naquele instante. Naquele momento, eu precisava dele ao meu lado mais que do que em qualquer outro momento.

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