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sábado, 26 de maio de 2012

"Nossos corpos se conversam..." (Capítulo 103 - Parte 2)

Depois de um tempo dormi, não foi difícil, por que ele estava ao meu lado. Mais fechar os olhos foi complicado, eu queria que ele me abraçasse, queria dormir sentindo ele; o calor, o carinho e uma canção ao pé do ouvido. Mais teria que ser assim, eu estava com raiva, ainda, e queria pensar em tudo o que aconteceu, queria um tempo de tudo e seria melhor, pra mim, ir ficar onde eu me sentia em casa; Salvador.

Fiquei observando ela, ali, enrolada, por completa, me evitando. Fiquei olhando para ela durante horas, o sonho não estava sendo mais forte do que o medo de perdê-la. Eu estava decidido a ficar acordado para evitar que ela fosse embora, eu precisava dela ao meu lado, me acompanhando e não estava disposto a ficar sem ela. Ela se virou, ficando de frente pra mim, enquanto dormia e deixou a mostra seu rosto. Pensei, por diversas vezes antes de fazer, mas não resisti a alisar seu rosto e encostar meus lábios nos dela. Segurei sua mão, eu não iria soltar por nada. 

Sonhei com nós dois, em nossa casa, ma nossa cama, e ela estava linda; havia me acordado com seu sorriso encantador. A observei deitar ao meu lado e acariciei seu rosto, me aproximei e a beijei. Senti o gosto dela, até por sonho, parecia real. O gosto dela estava gravado, em mim, e seria difícil alguma substituí-la; nenhum outro beijo teria aquele sabor, teria aquele encanto. Nenhuma faria, e eu tinha certeza, meu coração pulsar, nervoso, quando ela chegava perto e me fazia suar frio só em vê-la chegar. Eu a amava demais e eu queria demonstrar a ela naquele beijo, mesmo que por sonho. 

Senti ele mais perto, mesmo dormindo o meu corpo, o meu inconsciente, reconheceria aqueles toques e aquele calor. Ele me beijava, delicadamente, e eu, involuntariamente, correspondia. Mesmo dormindo não conseguíamos ficar longe, nossos corpos se queriam. Uma força maior nos unia; nosso amor nos conduzia, nos controlava. Depois daquele beijo, que não sabíamos se foi sonho ou real, nos abraçamos, inconscientemente. 

Abri os olhos e me assustei quando percebi que estava nos braços dele. Demorei para levantar, por que eu fiquei sentindo o cheiro dele, por alguns instantes. Levantei devagar, não queria que ele acordasse, ele tinha que descasar. Tomei meu banho, me arrumei e, antes de sair do quarto com minha mala, fiquei o observando dormir. Meu anjo dormia, lindamente, mas eu tinha que ir. Dei às costas e saí do quarto. 

-B tem certeza? O Max me olhou, pedi que me ajudasse. Ele era a única pessoa que não me impediria.

-Tenho! Só são alguns dias, preciso disso! -O olhei. -E o bicuço? 

-Tudo, ok! A pauta já guardei! 

-Valeu Max! Brigada mesmo! Ele colocava minha mala na van. 

-Sempre que precisar! Ele me abraçou. 

-B e o Luan? A Dagmar chegou, apressada.

-Deixa que a gente resolve! Entrei na van.  

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