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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A cobrança

As fãs de Salvador sabiam onde eu morava e sempre marcavam presença na frente do prédio, onde eu morava. Quando eu descia as dava toda a atenção e elas sempre me perguntavam:

-B você e o Luan estam bem?

Eu confirmava com a cabeça e não continuava o assunto. Eu e o Luan ainda usávamos os anéis, mas a capa do meu celular não era mais a que ele havia me dado. Acho que era o costume de usar o anel, ou era uma forma de ainda está com ele. Com o anel parecia que ele ainda era meu.

Faltava apenas dois dias para eu voltar à rotina, mas não pro Luan. Eu estava me preparando pra olhá-lo, para conversar com ele e até mesmo me afastar quando ele tentasse algo. Ele ainda insistia nas ligações, mas eu não o atendia.

 -B posso falar com você?

Era noite e eu havia acabado de fechar o portão do prédio. Eu estava indo com a Mi e o Ju para o aniversário de uma prima minha. Eu me assustei, era uma menina mais ou menos do meu tamanho, com olhos e cabelos castanhos. Ela estava sentada em frente à portaria.

-Amor eu estou atrasada, desculpas! Eu ia andando.

Ela segurou em meu braço e me fez parar.

-Eu preciso te contar umas coisas! Eu sou fã do Luan e sinceramente? Eu nunca quis que vocês namorassem. Parece que eu estava certa! Ela falou firme e um pouco alterada. Segurava meu braço com força.

-Você está me machucando! E por que está me dizendo isso tudo? Puxei meu braço e ela me soltou.

-Eu não sou de Salvador, acho que você notou o sotaque diferente. Eu fui a um show do Luan tem dois dias e vi uma cena que nunca imaginei que veria.

-Qual?

-Ele estava chorando, antes do show. Ele está muito magro e quer saber de uma coisa? Ele não é mais o mesmo. Ele não está feliz, ele não está achando graça no que ele lutou tanto pra ter. Ele não está mais com vontade de cantar!

Eu ficava a olhando e não sabia o que responder. Ela me olhava como se tivesse conquistado um troféu muito valioso. Eu a olhei e lembrei-me do sorriso dele, da risada que me fazia ri. Do jeito moleque dele de brincar no palco, das bochechas que eu sempre apertava e dizia que ele era o namorado mais fofo que existia, ele ficava irritado. Quando ele ficava irritado ele fazia tantas caretas, bobas e lindas, que eu amava. O beijo. Aquela boca macia com aqueles beijos leves e intensos. Quando os lábios dele se mexiam pra me dizer eu te amo era incrível. As mãos. Como eu poderia esquecer aquelas mãos? Elas eram pequenas e macias e os carinhos que ele me dava com tanta delicadeza que às vezes eu pensava que ele tinha medo de me machucar...

-Amiga o que foi? A Milena chegou perto de mim, ela olhava pra menina sem entender nada.

Eu acordei das minhas lembranças olhei para a menina:

-Não se preocupe! Não é culpa minha. Eu estou resolvendo algumas coisas para a viagem. Ele deve está nervoso é muito importante pra ele. Eu tenho que ir! Quando eu virei de costas lágrimas caíram. 

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