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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um dia encantado

Acordei arrumei minhas malas, me despedi dos meus pais e dos amigos e voei até Londrina. Estava louca pra encontrar com ele e matar as saudades. Cheguei a casa dele e fui recebida calorosamente pela mãe e pela irmã dele, o pai dele havia saído.


-O Luan está dormindo! A Bruna avisou.


Estávamos na sala pegando minhas malas, ela me ajudou.


-Então ele vai acordar agora! Ri.


Subimos até o segundo andar, onde ficavam os quartos. A casa dos pais dele era bem aconchegante e ao mesmo tempo tinha um toque de sofisticação. Dona Marizete tinha um, excelente, bom gosto. Continha um toque especial de espelhos e vidros pela sala. Passava calma e tranqüilidade, a pintura, em cada ambiente que entravamos. 


Quando chegamos à porta do quarto dele a Bruna me deixou sozinha e desceu. Eu abri a porta. Ele estava deitado, de lado, com o celular na mão. Sorri ao lembrar que na noite passada ele e eu ficamos conversando até quase cinco da manhã, por que o Luan não conseguia dormir. Decidi entrar sem fazer barulho e não acordá-lo. Entrei e pousei minhas malas, em um canto, ao lado do guarda-roupa e me dirigi até a porta para sair.


-Vai pra onde? Não estava com saudade, não? Ele me perguntou. Tomei um susto.


-Você acordou agora?


-Não! Eu estava te vendo! Vem cá! Ele me chamou.


Eu sorri, fui até a cama dele e me joguei em cima dele. Ficamos abraçados e enrolados na cama conversando sobre o que fizemos, a sós, esse tempo, depois o sono nos pegou e dormimos. Quando acordamos eram quase três da tarde e mortos de fome, comemos a comida, maravilhosa, da mãe dele.


-Mor vai se arrumar! Ele me pediu.


Eu estava no quarto da Bruna ajudando ela a escolher algumas fotos, para revelar, para colocá-las em um quadro de fotos, enorme, que ela tinha ganhado do Luan, no dia anterior.


-Pra que? Tem algum compromisso?


-Não! Quero te levar em um lugar. Ele sorriu. 


-Que lugar? 


-Surpresa!


-Como assim surpresa? Eu preciso saber com que roupa eu vou! Eu dei as fotos a Bruna e saí do quarto dela acompanhando o Luan.


-Coloca um short, sei lá mor! Anda! 


Fui me trocar, com o Luan me apressando, parecia que ele ia perder a hora pra não sei o que. Ele pegou as chaves do carro dele e saiu de casa, me puxando, dizendo que voltava mais tarde. 


-Você já me deixou agoniada! Dá pra falar que lugar é esse?


-Não! 


Ele ligou o carro e o som. Eu fiquei de cara fechada. Durante o trajeto eu perguntava que lugar era esse e ele simplesmente sorria, até que eu desisti. Ele estacionou o carro na frente de um lugar que tinha um portão enorme, parecia à casa de alguém. 


-Quem é que você veio visitar?


Ele sorriu pegou em minha mão e me guiou. Ele abriu o portão sem bater, nem avisar que estava entrando. Eu achei que já esperavam por ele. Quando ele abriu o portão, por completo, eu pude ver um lugar lindo. O lugar era um jardim imenso, com flores de todos os tipos. 


-Parece que eu estou em um conto de fadas! Comentei e ele sorriu.


O lugar passava uma calma e uma paz, sem tamanho e inexplicável. Haviam casais sentados em bancos, cuidadosamente pintados de branco que os caules das plantas se enroscavam e dava impressão que descansavam encostados. Havia uma fonte linda ao centro, do jardim, e eu avistei um casarão velho, mas dava aquele lugar um toque especial.


-Aquele casarão pertencia a uma família muito poderosa daqui. A dona daquela casa que gostava desse jardim e cuidava dele todos os dias. Mais um dia ela descobriu que estava doente e o jardim foi morrendo com ela. Não adiantava nada, os jardineiros cuidarem dele. Parecia que só as mãos dela o mantinha vivo. Quando ela estava à beira da morte ela disse que queria ser cremada e as cinzas dela deveriam ser espalhadas pelo jardim. Quando o marido dela jogou as cinzas no jardim, que tinha morrido junto com ela, ele reviveu. Todas as suas plantas e flores brotaram novamente. 


Eu que ouvia a história cuidadosamente, entendi o porquê o Luan queria tanto me levar aquele lugar.


-Que linda a história! Comentei.


-Lindona mesmo. Sabe por que eu te trouxe aqui?


-Não! Eu estava mentindo. Eu sabia que ele ia me falar algo, pra me deixar mais apaixonada.


-Por que sem você parece que nada tem graça, nada tem vida pra mim. Quando você chega e espalha seu jeitinho onde estou e em mim, a vida passa a ter graça e encanto novamente. Estava morrendo de saudades de você!


Eu o olhei e a única reação que eu tive foi de pegar em sua mão, macia e gordinha, alisar seu rosto, de anjo, e o beijar. Beijei aquela boca pequena e macia pra sentir o seu gosto doce. Nos beijamos durante um tempo, sem se importar quem estava vendo. Parecia que estávamos a sós naquele lugar.


Depois de horas sentados no jardim namorando e sendo observados por algumas pessoas que passavam por nós, resolvemos voltar. Mais no meio do caminho o Luan parou o carro na frente de uma loja e comprou girassóis de chocolate, pra mim. 


Eu estava achando aquele dia encantador e incrível demais pra ser só mais um dia. Eu olhava pra ele e os olhos dele queriam me falar algo. Falar, não, gritar. Eu tentava lembrar a data, mas não era a data do nosso namoro. Dessa vez eu lembrei e tive certeza que não era. O que o Luan queria me dizer? Eu não sabia e nem imaginava. 


Chegamos à casa dos pais dele, ia dar seis, da noite. Ele estacionou o carro e segurou meu braço, em um sinal para que eu não saísse. Eu permaneci no carro e o olhei. 


Antes de ele me falar algo ele alisou a aliança que ele tinha me dado e foi ai que eu me toquei do por que daquele dia. Fiz uma cara que pedia desculpas, a ele, e de decepção comigo mesma.


-Não se culpa! Ele sorriu.


-Como não? Eu tenho que me tocar nas datas! Que burra e idiota! Bati em minha testa.


Ele pegou minha mão, alisou meu rosto e olhou em meus olhos.


-Se você tivesse aceitado naquele dia a gente poderia está casando ou casados, há quatro meses. Mais não tem importância. Aprendi com uma pessoa pequena que uma das coisas mais bonitas é ter paciência e a sabedoria maior é saber esperar o momento certo. 
Falei a Bruna o que e ia fazer com você hoje, sabe o que ela falou? Que era pra eu ter paciência se você não lembrasse e que não era pra eu ficar bravo com você. Que eu mais do que ela sei que você é assim esquecida. E sabe o que eu respondi? Que é esse seu jeito que faz tudo ficar mais especial. Se você lembrasse não ia ser você e nem teria o mesmo encanto.
Não se culpa amor. Eu gosto de você do jeitinho que você é. E eu estava te devendo um pouco mais de romantismo, eu tinha relaxado. Ele sorriu.


Ouvir aquilo, dele, foi incrível. Eu fiquei sem saber o que falar e muito menos o que fazer, por alguns instantes. Lágrimas inundaram os meus olhos e um sorriso involuntário se abriu em meu rosto. 


-Brigada seu bobo! Lú você sabe que eu não fiz metade do que eu faria por você. Quando me perguntam, nas entrevistas, do por que eu ter largado minha vida por você, me fere. Eu não larguei minha vida, eu fui atrás dela! 
Amor desculpas se eu sou assim, eu não consigo ser de outro jeito. Mais prometo que eu vou tentar melhorar! 
Olha! Eu não estou nem aí se você é ou continua sendo romântico. Você me faz ficar mais apaixonada só em respirar e me deixar dividir com você um sorriso. De me deixar compartilhar com você, sua vida. Dizer-me um “eu te amo” já basta!


Ele completou aquele momento com um beijo, perfeito.


-Chega de chorar, né?! Eu falei enxugando as lágrimas. Ele sorriu.


Saímos do carro e entramos na casa. Depois de tomarmos um “banho do poder” como dizia a Bru, descemos e só acompanhamos os pais dele e a Bruna comerem. Estávamos sem fome de tanto comermos pipoca, cachorro quente e as flores de chocolate que ele havia me dado, naquele dia.


Depois do jantar os pais dele se recolheram e ficamos assistindo TV, eu ele e a Bruna.


-Querem pizza? O Luan perguntou.


-Eu quero! Eu e a Bruna respondemos juntas.


-Vou pedir!


Assim que a pizza chegou e depois do susto que o entregador tomou, comemos e estava ótima. Eu e o Luan viajaríamos para a Bahia no dia seguinte e eu estava animadíssima, para ver a Carol e a Ju. 


-Amanhã eu vou te dividir com quem? O Luan perguntou enquanto eu deitava ao lado dele.


-Com a Ju e a Carol. Sorri.


-Ta, bom! Fazer o que?! 


-Seu besta! Beijei-o.

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