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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O melhor momento das nossas vidas

Dezembro logo “bateu á porta”. Estávamos melhor que nunca. Claro que havia pequenas brigas, mas nada tão sério. Nesse um ano ao lado dele eu só tive alegrias e muitas surpresas.

Nossa famílias já cobravam casamento e filhos, coisa que o Luan adorou. Quem mais sentava pra conversar com a gente era meu pai e a mãe dele. Eles diziam o mesmo discurso, parecia ensaiado. Diziam que era pra gente pensar direito antes de algo sério, “por que casamento é coisa séria”, era a frase que mais ouvíamos. Sabíamos que casamento era coisa séria, estávamos casados há um ano, era o que o Luan costumava falar. Eu ainda não entendia o porquê dele ainda insistir em me pedir em casamento, mas confesso que adorava o ver usando a imaginação nas declarações antes de pedir minha mão.

-Amor você viu...?

-Seu brinco? Ele segurava os brincos na mão.

-Também... Brigada! Peguei e fui colocando.

-Também? Por quê?

-Meu Ipad viu?

-Você estava com ele agora!

-Eu sei mais... Ah! Já sei! Fui até minha mala e o tirei debaixo de uma calça do Luan.

-O que minha calça está fazendo ai?

-Sei lá!

Rimos.

-Casal anda! A Dada apareceu.

O Luan iria gravar entrevista e um programa de Fim de Ano, para uma emissora. Logo depois iríamos para Londrina passar o Natal e o Ano Novo, na casa dos pais dele.

-Mais um com você! Ele me abraçou por trás.

Eu estava na cozinha, pegando algumas frutas, na geladeira, enquanto a Bruna estava na piscina com umas amigas e os pais dele haviam saído.

-Mais um o que? Fechei a porta da geladeira com alguns morangos na mão.

-Natal mor! Ele ainda me abraçava.

-Ah! ... Quer? Ofereci a ele.

-Claro! Ele pegou um morango.

-Nem parece mais semana que vem já é Natal!

-Não parece mesmo!

Ele me carregou e me pôs sentada no balcão da cozinha.

-Toma mor! Coloquei o morango na boca dele. Ele aproveitou para me beijar.

-É... Gente é melhor a gente subir por que o clima aqui é para maiores de dezoito anos. A Bruna tinha entrado em casa com duas amigas.

Eu desci do balcão e virei pra elas, estava de costas pra elas antes, enquanto o Luan ajeitava minha blusa, que ele havia subido, um pouco, com uma das mãos. Sorrimos sem graça.

-Oi meninas! Falei.

-Nossa! Eu venho aqui, algumas vezes, mas nunca encontrei com vocês. Acho fofos vocês dois juntos! Uma das amigas da Bruna falou.

-Brigada! Agradeci, o Luan sorriu.

-Já to enjoada da cara deles dois! A Bru comentou e riu.

-Ah! É assim né Bruna? Protestei.

-Mentira cunha, eu amo vocês! Ela sorriu.

-Você não vale Bruna! A amiga dela falou.

Elas riram e subiram, mas logo desceram, a Bruna as levou até a saída do condomínio. Eu e o Luan fomos assistir TV, juntos.

No final de semana foi uma correria para arrumar a casa e preparar as comidas, para a ceia. Eu e o Luan enrolávamos mais que tudo. Meus pais já tinham chegado e uma parte da família do Luan viria no dia, certo.

No dia do Natal eu e ele resolvemos passar, a manhã, em uma das instituições que ele ajudava, em Londrina. As crianças se surpreenderam e gostaram muito. Brincamos e cantamos com elas. Pela tarde já estávamos em casa e os preparativos para a ceia já estavam quase prontos.

Todos chegaram e, mais uma vez, o Natal foi com a família reunida e bem animada. Depois da ceia e de algumas palavras de alguns parentes e os pais do Luan, abriram-se vinhos e espumantes para brindarmos a família e a data tão especial. Dormimos às sete da manhã, por que eu e o Luan ficamos deitados, a beira da piscina conversando, enquanto o sono não vinha.

Passamos a semana, que antecedia o Ano Novo, descansando. Fomos para o Mato Grosso do Sul, para o Luan pescar. Passamos por Salvador e o Luan aproveitou para conhecer alguns pontos turísticos, que ele ainda não conhecia. E finalmente, voltamos para Londrina, na sexta-feira, para o Ano Novo.

Aproveitei essa semana de descanso para pensar em uma proposta que mudaria a minha vida, aliás, as nossas vidas. Pensava em como seria casar com o Luan, em estar em um vestido branco, com buquê e tudo mais. Eu sempre quis casar, mais achava que ainda estava cedo demais. Quando o Luan me pediu em casamento pela primeira vez tive que lutar para não falar “sim”. Eu ainda lutava contra o meu impulso esse tempo todo, mas ele ainda iria esperar um pouco mais.

-Mor você vai terminar que horas, essa maquiagem?

Já era dia 31 de dezembro e todos estavam prontos, menos eu e a Bruna. O Luan já havia descido e cumprimentado todos. Ele estava lindo de branco, a única coisa que tinha cor era uma jaqueta, de couro azul, que ele vestia por cima da blusa branca.

-Ai Luan! Deixa a gente! Você já veio aqui umas trinta vezes, se duvidar. A Bruna reclamou.

-Ta Bruna...

-Mor! Interrompi antes que eles brigassem.

-Oi! Ele respondeu, me olhando pelo espelho.

-To bonita? Sorri.

-Está! Vem logo! Ele fez bico.

-Vem cunha! Puxei a Bruna.

Fui até ele e segurei em sua mão. Descemos e todos estavam lá. Conversavam e riam e vendo aquela cena me deu vontade de tomar uma decisão... Logo ficamos em um pequeno grupo, com os primos dele e umas tias, esperávamos dar meia noite.

-Dez... Nove... Oito...

A contagem começou e todos estavam reunidos, em volta da piscina. Eu estava onde eu queria está, nos braços dele. Envolvida naquele abraço eu poderia estar em qualquer lugar do mundo.

-Feliz Ano Novo meu amor! Ele sussurrou em meu ouvido.

-Feliz Ano Novo mor! Eu virei pra ele e o beijei.

Depois de todos se cumprimentarem, eu e o Luan ficamos no mesmo lugar. Sentamos a beira da piscina, enquanto todos comiam do lado de dentro da casa.

-E ai? Gostou? O Luan me perguntou.

-Gostei do que?

-De passar esse ano comigo?

-Claro que sim! E quero passar muitos outros!

Estávamos bem. O nosso namoro estava firme e estávamos cada vez mais íntimos. Um conhecia o outro como a palma da mão. Cada toque, cada sorriso, cada gesto, cada olhar, cada expressão do rosto, enfim, tudo conhecíamos um do outro. Mais o Luan e eu sempre dávamos um jeito de inovar pra sairmos da rotina, ele me surpreendia a cada dia e isso me fazia ficar mais paixonada ainda.

Depois de um tempo o Luan relaxou quanto ao romantismo, mas ele, mesmo sem saber, fazia meus dias mais especiais. Eu achava incrível ele ao meu lado. Poder fazer parte da vida dele.

-Mor você não me deu presente! Ele fez um bico.

Eu e o Luan estávamos com os pés dentro da água. Eu o olhei.

-Não te dei nada?

-Nada! Ele fez uma cara triste.

Sorri, joguei água nele e saí pelo jardim correndo. Brincamos de pega-pega pelo jardim.

-Mor pára! To cansado! O Luan parou e respirou fundo.

-Sério?

-Sério!

Eu caminhei até ele e ele me deu um susto. Me carregou no colo e se jogou, comigo, na piscina.

-Poxa Luan! Bati nele.

-Ai doeu!

-Estragou a maquiagem toda! Demorei pra fazer!

-Mais continua linda!... Eu te amo tanto!

 Ele chegou perto e me segurou pela cintura. Seus lábios tocando o meu me fizeram arrepiar.

-Sim!

-Sim o que? Ele perguntou.

-Tem um tempo que um menino conquistou meu coração e eu vi esse menino amadurecer e quebrar recordes, conquistar o mundo, virar o maior vendedor de discos do Brasil e esse mesmo menino me fazia um pedido, praticamente, todos os dias. E minha resposta é sim!

O Luan abriu um sorriso que ia de orelha a orelha.

-Sério? Ta pronta?

-Eu sempre estive pronta, bobo!

-A B disse “sim”! O Luan gritou.

Eu sorri e o beijei.

-Vamos contar pra todo mundo? O Luan me puxou pra fora da piscina.

Ele estava radiante. Os olhos dele brilhavam. Eu estava feliz se ele estava.

-Vamos casar!

Eu e o Luan entramos na casa da mãe dele encharcados. Quando ele anunciou, eu vi todos olharem pra gente e se calarem. Meu coração disparou e eu corei. 

-Vocês vão o que? Meu pai e a mãe dele perguntaram na mesma hora.

A família do Luan inteira estava lá e todos prestavam atenção em nós.

-Casar! O Luan apertou minha mão e olhou pra mim.

-Casar? Como assim, casar? Meu pai perguntou.

-Colocar aliança, assinar papeis, enfim, virar marido e mulher! Respondi.

No meio de todo mundo a Bruna abre os braços vem até mim e me dá um abraço.

-Demorou cunha!

Todo mundo riu.

Eu e ele estávamos felizes. Depois do choque dado nas nossas famílias demos um choque nas fãs e na imprensa. Ligamos a câmera do Diário a exatamente três e meia da manhã para anunciarmos o casamento “do ano”, como intitularam. Nada, nem ninguém, iriam atrapalhar o momento mais feliz das nossas vidas. 

(Esclarecimentos: O Luan passou o Natal em casa, mas na semana do Ano Novo ele viajou para Cancún com a família. Volta ao trabalho dia 13 de Janeiro de 2012.) 

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