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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O crescimento

No dia seguinte acordamos cedo e fomos para o aeroporto. O Luan gravaria um programa de TV. Eu e ele estávamos brincando no aeroporto, era basicamente um pega-pega. Ele tinha me feito cócegas na van e eu estava tentando revidar.

Ele me pegou pela cintura e me levantou, fiquei suspensa no ar por instantes e ele me falava palavras carinhosas, mas não saía sua voz; eu lia os seus lábios.

-Mor me carrega? Pedi a ele depois que paramos.

-Mor to cansado, são seis horas a manhã e você me pedindo isso?

-Chato! Parei e cruzei os braços. Estava fazendo dengo pra ele me carregar.

-Não faz assim amor! Vem cá! Ele veio em minha direção e me carregou até onde o bicuço estava. Não tinha parado longe.

Às vezes eu e o Luan não tínhamos tempo nem para trocarmos olhares, muito menos, carinhos. Ele tinha que cumprir a agenda dele e eu a do Diário, ou seja, eu cumpria a minha e a dele. Como tínhamos combinado de não misturar trabalho e namoro, tinha dias que eu só ouvia ele me chamando de “Bia”, nem um apelido carinhoso ouvia. O Luan estava mais maduro e mais sério nos compromissos, estava mais profissional.

Eu acompanhava o ritmo. Levava umas broncas e uns olhares feios dele, de vez em quando. O Luan era perfeccionista. Eu amadureci muito com ele e com a rotina maluca. Tive que ficar mais séria em certas ocasiões e me policiar pra não falar nenhuma besteira ou até mesmo não falar demais. Fiquei mais profissional e com isso me afundei em estudos. Me aprimorei em sites e em vídeos, não era a toa que recebia propostas a todo instante.

-Mor estava pensando em fazer outro curso. Vi na internet, o que acha?

-Que você vai virar nerd e me levar à falência! Ele riu.

-Muito engraçado, olha, to rindo até agora! Olhei de cara feia pra ele.

-Sério amor! Cada curso que você faz o seu salário aumenta. Daqui apouco vai ganhar mais que o Anderson. Ele indicou o Anderson com a cabeça.

-Só queria que você dissesse como sempre diz, “que legal amor”.

-Eu estava brincando! Claro que eu acho ótimo você estudar, se aprimorar no que gosta de fazer. Assim você cresci e quem sabe não vira a melhor?! Já tem um monte de empresa e pessoas querendo o seu trabalho e não é por que você é minha namorada e você sabe. É por que você é muito boa no que faz!

-Você acha? Corei de vergonha. 

O Luan falava aquilo com uma cara séria e a voz dele misturava felicidade com orgulho.

-Se acho? Eu não acho, eu tenho certeza! Ele sorriu.

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