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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um erro de correspondência

Depois de uma boa noite de sono eu abri meus olhos e o Luan estava vestindo uma camisa.

-Acorda dorminhoca! Desculpas, mor não te chamado mais cedo, meu pai me chamou pra ajudar ele. Dizendo isso ele saiu do quarto.

Eu me espreguicei, peguei a toalha e entrei no banheiro. Enquanto eu tomava banho eu tive a impressão de ter ouvido a porta bater, mas pensei que tinha sido o Luan. Saí do banho, me arrumei, escovei meus dentes e abri a porta. Tomei um susto, a mãe do Luan estava no quarto e com um envelope na mão.

-Bom dia! Não sabia que estava aqui, quer alguma coisa sogrinha? Sorri sem graça e um pouco assustada com a invasão.

-Bom dia! Na verdade quero, sim, falar com você e com o Luan. Mais acho que posso adiantar o assunto. Ela falou séria.

Eu olhei pra a mãe do Luan assustada. O que ela queria conversar comigo?

-Eu fiquei sabendo disso! Ela me entregou um envelope branco.

Eu o peguei e abri. Eu vi que era o resultado do exame de sangue que tinha feito. Corei sem graça.

-Mais... Mais, como isso...? Gaguejei, não sabia o que dizer.

-Chegou aqui em casa ontem. Eu fui receber a correspondência...

-Oi, mãe o que a senhora...? O Luan chegou ao quarto derrepente. Parou de falar quando viu o envelope em minha mão e a minha cara de assustada.

-Luan entra e fecha a porta! Ela mandou. Ele a obedeceu na mesma hora.

-Eu estava falando pra B que eu recebi isso ontem. Ela apontou para o envelope na minha mão e entreguei-o ao Luan.

-E... Como assim? O Luan ficou sem o que falar.

-Eu tomei a liberdade de abri, por que pensei que fosse um exame seu. Então eu abri e vi isso! Vocês vão me explicar alguma coisa?

-Eu... A gente... O Luan gaguejava e olhava pra mim.

Eu respirei fundo e comecei a explicar a ela o porquê de eu ter ido fazer o exame, mas ela não me deixou falar.

-E vocês iriam falar quando? Ela reclamava.

-Quando a gente tivesse certeza de alguma coisa?! O Luan falou.

-E agora tem? Ela falou alterando, um pouco, a voz.

Eu e o Luan nos olhamos sem entender nada. A gente buscava palavra mais não sabíamos o que dizer. Estávamos surpresos com a situação.

-Mãe a B não está grávida!

-Isso não interessa Luan Rafael! E a responsabilidade? Dessa vez não foi, e de outra? Ela reclamava com o Luan.

Nunca pensei em ver a Dona Marizete daquele jeito. Ela era calma a maioria das vezes. Bem que o Luan dizia que quando ela dava bronca, ela era irreconhecível. Eu fiquei observando sem falar nada durante um tempo.

-Não vai ter outra vez por quê...

-Por que, eu espero que tenham aprendido com esse susto! Ela completou, do jeito dela, a fala do Luan.

Quando o Luan abriu a boca pra falar mais alguma coisa eu fui mais rápida.

-Dona Marizete, a gente, também, tomou um susto por que a gente sempre se cuidou. E não foi por falta de cuidado, foi coisa da minha cabeça, mesmo. Eu e o Luan sempre fomos muito responsáveis quanto a isso. Eu fiz o exame pra não restarem dúvidas. A gente errou quando escondemos um assunto tão importante, como esse, de vocês, e escondendo pareceu à senhora que a gente relaxou, esqueceu ou sei lá! Mais só foi um susto, mesmo, a gente nunca se descuidou. Desculpas se a deixamos assustada, preocupada e nervosa.

Ela me olhou, respirou fundo e falou:

-Claro que eu desculpo! Mais eu fiquei preocupada com isso. Eu me estressei! A gente nunca sabe a vida de vocês quanto a esse assunto, né? Vem cá! (Ela abriu os braços e fomos abraçá-la) Não me escondam, mais, um assunto desses! Ela falou olhando séria pra gente.

-Sua mãe ficou chateada? Perguntei ao Luan no carro indo pra o aeroporto.

-Não! Ela não falou mais nada, só que iria ser bom ser avó, mas na hora certa! Ele riu.

-Sério, que ela falou isso?

-Sério! Eu falei pra ela que na hora certa, mesmo, e fiquei sério e agora eu to rindo! Ele comentou e eu ri.

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