Depois de uma boa noite de sono eu abri meus olhos e o Luan estava vestindo uma camisa.
-Acorda dorminhoca! Desculpas, mor não te chamado mais cedo, meu pai me chamou pra ajudar ele. Dizendo isso ele saiu do quarto.
Eu me espreguicei, peguei a toalha e entrei no banheiro. Enquanto eu tomava banho eu tive a impressão de ter ouvido a porta bater, mas pensei que tinha sido o Luan. Saí do banho, me arrumei, escovei meus dentes e abri a porta. Tomei um susto, a mãe do Luan estava no quarto e com um envelope na mão.
-Bom dia! Não sabia que estava aqui, quer alguma coisa sogrinha? Sorri sem graça e um pouco assustada com a invasão.
-Bom dia! Na verdade quero, sim, falar com você e com o Luan. Mais acho que posso adiantar o assunto. Ela falou séria.
Eu olhei pra a mãe do Luan assustada. O que ela queria conversar comigo?
-Eu fiquei sabendo disso! Ela me entregou um envelope branco.
Eu o peguei e abri. Eu vi que era o resultado do exame de sangue que tinha feito. Corei sem graça.
-Mais... Mais, como isso...? Gaguejei, não sabia o que dizer.
-Chegou aqui em casa ontem. Eu fui receber a correspondência...
-Oi, mãe o que a senhora...? O Luan chegou ao quarto derrepente. Parou de falar quando viu o envelope em minha mão e a minha cara de assustada.
-Luan entra e fecha a porta! Ela mandou. Ele a obedeceu na mesma hora.
-Eu estava falando pra B que eu recebi isso ontem. Ela apontou para o envelope na minha mão e entreguei-o ao Luan.
-E... Como assim? O Luan ficou sem o que falar.
-Eu tomei a liberdade de abri, por que pensei que fosse um exame seu. Então eu abri e vi isso! Vocês vão me explicar alguma coisa?
-Eu... A gente... O Luan gaguejava e olhava pra mim.
Eu respirei fundo e comecei a explicar a ela o porquê de eu ter ido fazer o exame, mas ela não me deixou falar.
-E vocês iriam falar quando? Ela reclamava.
-Quando a gente tivesse certeza de alguma coisa?! O Luan falou.
-E agora tem? Ela falou alterando, um pouco, a voz.
Eu e o Luan nos olhamos sem entender nada. A gente buscava palavra mais não sabíamos o que dizer. Estávamos surpresos com a situação.
-Mãe a B não está grávida!
-Isso não interessa Luan Rafael! E a responsabilidade? Dessa vez não foi, e de outra? Ela reclamava com o Luan.
Nunca pensei em ver a Dona Marizete daquele jeito. Ela era calma a maioria das vezes. Bem que o Luan dizia que quando ela dava bronca, ela era irreconhecível. Eu fiquei observando sem falar nada durante um tempo.
-Não vai ter outra vez por quê...
-Por que, eu espero que tenham aprendido com esse susto! Ela completou, do jeito dela, a fala do Luan.
Quando o Luan abriu a boca pra falar mais alguma coisa eu fui mais rápida.
-Dona Marizete, a gente, também, tomou um susto por que a gente sempre se cuidou. E não foi por falta de cuidado, foi coisa da minha cabeça, mesmo. Eu e o Luan sempre fomos muito responsáveis quanto a isso. Eu fiz o exame pra não restarem dúvidas. A gente errou quando escondemos um assunto tão importante, como esse, de vocês, e escondendo pareceu à senhora que a gente relaxou, esqueceu ou sei lá! Mais só foi um susto, mesmo, a gente nunca se descuidou. Desculpas se a deixamos assustada, preocupada e nervosa.
Ela me olhou, respirou fundo e falou:
-Claro que eu desculpo! Mais eu fiquei preocupada com isso. Eu me estressei! A gente nunca sabe a vida de vocês quanto a esse assunto, né? Vem cá! (Ela abriu os braços e fomos abraçá-la) Não me escondam, mais, um assunto desses! Ela falou olhando séria pra gente.
-Sua mãe ficou chateada? Perguntei ao Luan no carro indo pra o aeroporto.
-Não! Ela não falou mais nada, só que iria ser bom ser avó, mas na hora certa! Ele riu.
-Sério, que ela falou isso?
-Sério! Eu falei pra ela que na hora certa, mesmo, e fiquei sério e agora eu to rindo! Ele comentou e eu ri.
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