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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Um plano perfeito

Quando chegamos ao meio do mês de Agosto o Rick parecia ter desistido, mas essa situação me lembrava o começo. Lembrei de quando eu namorava o Ju e o Luan deixou bem claro que iria lutar por mim, e quando menos esperei, ele estava lá. Mais eu não gostava do Rick, então estava bem tranquila.

Minha mãe e eu nos falávamos mais do que o normal e meu pai já estava com casa nova. Cada um seguindo sua vida. Nenhum dos dois tocava no assunto separação, assinatura de papeis, enfim, e eu ficava com uma ponta de esperança deles voltarem.

Eu e o Luan voltamos a nossa rotina. Trabalho, entrevistas, ensaios, fotos, gravação de programas, shows e namoro. A gente fazia milagre pra termos um tempo juntos, sozinhos. O Luan e eu tínhamos folgas e sempre revezávamos os dias que passaríamos em Salvador e em Londrina.

O Luan e a equipe estavam preocupados com a apresentação no Brazilian Day em Nova York, no inicio de Setembro. Eu estava bolando todo um especial pra o Diário. As meninas acompanhariam desde o embarque no avião até a hora do show, além de algumas entrevistas com os artistas presentes no evento. Eu estava mais empolgada do que nervosa.

-Como é que você consegue ficar calma B? A Dag perguntou.

-Eu to me distraindo com meus planos pro Diário. Eu tenho que ficar calma pro Luan poder ficar mais calmo, também. Sorri.

Estávamos no hotel, em Goiânia, o Luan estava no banho e eu editando alguns vídeos com o Max comendo biscoito.

-Vão fazer isso o dia todo? O Luan perguntou. Ele estava jogando vídeo game deitado na cama.

-Eu não queria mais, fazer o que? Eu não estudei né?! O Max comentou. Eu e o Luan rimos.

Meu celular tocou. Eu levantei e fui pra varanda. Me assustei com a ligação.

-Oi, Rick! Que foi?

-Sua mãe não tá legal!

-Como assim?

-Ela ta chorando! Acho que seu pai entrou com o pedido de separação.

-Você tá com ela?

-Não! Ela foi pra casa da sua avó, mais disse que ia voltar amanhã e me pediu pra ligar pra você.

-Nossa! Hoje tem show.

-Vem amanhã, se der. Hoje ela vai ficar com a família.

-Vou amanhã! Brigada! Desliguei.

-Mor o que foi? O Luan entrou na varanda.

Eu estava sem saber o que fazer. Tentei ligar pra minha mãe mais nem chamava. Eu tremia querendo saber o que foi.

-Minha mãe! Ela não está legal. Acho que meu pai deu entrada na separação.

-Nossa! O Luan me abraçou.

-Não quer ir pra lá? Eu me viro com o Diário aqui! O Max falou.

-É amor, vai ficar com ela!

-Não! Eu tenho que me acalmar antes de ficar do lado dela. Vou ficar, vou me acalmar. Ela está na casa da minha avó.

Depois dessa notícia eu fiquei sem chão, mas tinha que cumprir com o meu trabalho. Tentei agir como se estivesse tudo bem diante das fãs e da impressa. Durante o show eu assistia mais parecia que eu não estava lá. Eu só via o Luan, não o ouvia.

Durante a noite eu não consegui falar com minha mãe nem com o meu pai. Não dormi direito. O Luan e eu acordamos cedo e fomos direto pra Salvador, ele disse que iria está ao meu lado e que iria comigo. A viagem inteira eu não falei nada, e o Luan respeitou isso. Todas as minhas tentativas de ligar pra meus pais foram em vão.

Quando passamos pela portaria do prédio onde eu morava o porteiro tentou me falar algo mais eu não parei. O Luan disse que era pra eu seguir, que ele falava com o porteiro. Achei que fosse correspondência ou algo do tipo. Cheguei ao andar da minha casa e me deparei com o Rick na porta do elevador. Me assustei.

-Rick! Minha mãe chegou? Perguntei pra ele.

-Ainda não! Ele respondeu, mas se abriu um sorriso diferente em seu rosto.

Tateie meus bolsos e não achei a chave.

-Nossa! Que ótimo! Esqueci a chave! Reclamei.

-Eu te faço companhia. Ele se aproximou.

-O que você tem? Você está estranho! Olhei desconfiada pra ele.

-Eu só estou pensando o quanto é bom o que a gente planeja da certo!

-Do que você está falando? Perguntei sem entender nada.

Ele chegou mais perto de mim e eu dei passos pra trás, encostei-me à parede e fiquei sem saída.

-Rick que brincadeira é essa?

Mais ele não precisou responder com palavras. Eu me toquei que tudo aquilo tinha sido armação dele. E como o Luan cantava “um beijo vale mais que mil palavras.”

O beijo que ele me deu só serviu pra eu sentir um ódio e um nojo dele descomunal. Era um sentimento tão ruim que percorria meu corpo e era incontrolável. Ele me segurava e eu não tinha forças o suficiente pra me desviar daquela situação.

Apesar de ter durado séculos pra mim, aquele beijo não durou mais que dois minutos. O Luan abriu a porta do elevador com tanta voracidade que o Rick se assustou e me largou. Eu nunca tinha visto os olhos do Luan arderem tanto de raiva. Eu não tive outra reação, eu comecei a chorar.

Percebi que o Luan ficou sem foco, por instantes, mas logo achou um lugar pra mão dele pousar e foi na cara do Rick. Eu me assustei quando vi o Luan dar um murro no Rick, nunca pensei ver o Luan tomar uma atitude dessas. O soco foi tão forte que quebrou o nariz do Ricardo.

Eu acordei do susto levantei e fiquei na frente do Luan tentando acalmá-lo. Nada adiantou. Os Luan falou tantos insultos pro Ricardo que eu fiquei com medo do Luan tentar algo e eu não conseguir contê-lo. 

-Lú! Pára, por favor! Pára! Eu pedia a ele chorando.

-Vamos embora agora! Se você não vier também não precisa me procurar mais! Ele falou comigo com muita raiva.

-Espera! Você acha que eu quis isso?

-Você alimentou! O Luan gritava.

-Fala baixo comigo! Eu não estou gritando com você! Falei firme com ele.

-Você não vem?

-Luan a gente precisa conversar!

-Precisa, mais bem longe dele! O Luan apontou pro Ricardo que ainda estava sangrando.

-Luan ele está sagrando!

-Bem feito! Por mim ele fica ai! Ta com pena dele?

-Luan, por favor, se acalma! Pensa amor! Pensa!

-Pensar o que? Me acalmar pra que? Você vai ficar com ele?

-Luan...

-Se você ficar não me procura mais! Ele abriu aporta do elevador.

Eu olhei do Ricardo para o Luan e fui resolver o problema.

Entrei no elevador, com o Luan, e ele estava muito nervoso. Olhou pra mim várias vezes e desviava o olhar muito rápido. O Luan parecia está fora de si.

-Lú...

-Sabe o que o porteiro falou? Que seu pai veio buscar sua mãe ontem! Pediram pra ele te avisar quando você chegasse que eles se acertaram e que estavam na casa de praia da sua tia. Percebeu? Percebeu o que eu tanto te falava? Amor tem que parar de ser burra!

-Ok Luan! Você acha que é fácil raciocinar sem chão? Você raciocinaria se seus pais estivessem se separando? Acho que não! Você viu como eu fiquei depois de tudo.

-É eu vi! Eu sei que foi difícil pra você, mas custava me ouvi? Custava?

Chegamos ao térreo e saímos do elevador.

-Amor ele...

-Ele o que? Ele te decepcionou? Oh! Que lindo! Ele falava ironicamente.

-Luan quer parar! Eu estou me sentindo um lixo e você só está fazendo piorar!
Ele parou olhou pra mim e riu. O Luan estava com muita raiva. Gritávamos um com o outro.

-Quer saber? Vai embora! Acabou!

Nessa hora a Mi e a Ju estavam chegando e pararam na nossa frente. O Luan parou de ri.

-O que? Ele olhou pra mim. Parecia que a raiva dele tinha ido toda embora.

-Agora você fala baixo? Deixei de ser palhaça pra você parar de ri? Falei firme e enxugando as lágrimas.

-Mor... Pára de brincadeira!

-Eu não estou brincando! Nunca falei tão sério em toda a minha vida! Quer saber? Você não merece uma lágrima e nem um sorriso meu. Você não mereceu nada! Nada do que eu fiz! Olha só pra você, agora. Ta sem chão Luan? Bem vindo ao meu mundo! Dei um sorriso irônico.

-Bia quer parar? Ele pedia com lágrimas nos olhos.

-Eu vou parar! Parar por aqui o nosso namoro! Eu não aguento mais você estressado, me irritando. Eu não aguento mais!

-Amiga chega! Já deu! Quer parar? Respira e pensa! A Mi me abraçou.

-Vai embora Luan! Agora! Ah! Manda minhas malas, por favor! Apontei pro portão do prédio.

-Amor, não é assim! Olha pra mim...

-Eu não vou olhar mais na sua cara! Não entendeu? Vai embora! Some da minha frente!

-Luan é melhor você ir, cara. Espera ela se acalmar e se acalma também. Depois vocês conversam. O Ju acompanhou o Luan até a saída do prédio.

Assim que o Luan saiu do prédio eu desabei nos braços da Mi. Chorei. Chorei tanto que parecia que não ia parar mais. 

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