Total de visualizações de página

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O recomeço?

-B você tem que está no aeroporto ás oito horas, da manhã, não esquece! O Anderson me dava às ultimas orientações. 


Seria amanhã a viagem até os Estados Unidos. Eu já havia viajado, muito, mas nunca saí do Brasil. Eu imaginava o nervosismo do Luan, ele tinha medo de avião. Chegaríamos, praticamente, na mesma hora, nos EUA.


-Esquecer? Eu sou lerda mais nem tanto, né, Anderson?! Brinquei.


-É que está todo mundo nervoso demais! 


-E o Luan? 


Quando eu perguntei do Luan o Anderson, estava bebendo água, se engasgou.


-Você perguntou o que? 


-Do Luan! Eu quero saber como ele está não posso? 


-Pergunta a ele! Atende o celular quando ele te ligar hoje.


-Ta!


-Você vai atender? 


-Fazer o que? Ninguém me fala! Ele está ai né?


-Não! Acabou de entrar no palco. 


-Avisa a ele que eu vou atender o celular e se ele não ligar eu ligo. E não criem esperanças não! E diz pro Max fazer tudo o que eu pedi. 


-Ta, bom! Eu aviso para os dois.


Enquanto o show não acabava eu escutava rádio, arrumando a mala e ajeitando as coisas no meu quarto. Meus pais haviam viajado, novamente, a trabalho. Estava em casa sozinha havia uma semana e sem o Luan três.
Parecia que queriam que eu ouvisse o Luan a qualquer custo. A primeira rádio estava tocando Amar não é Pecado, a segunda Química do Amor, a terceira Amar não é Pecado, novamente. Sempre que eu mudava a estação estava tocando uma música do Luan. Quando eu desistir de mudar e reclamar com os locutores, como se eles fossem me ouvir, o celular tocou. Eu estava deitada na cama, tentando dormir.


-Amor? 


Quando o Luan me chamou de “amor” meu coração disparou.


-Oi Luan!


-Queria falar comigo? Acabei de chagar no hotel. Ganhei um monte de coisa das meninas. O show foi massa! Ele falava empolgado.


-Que bom que você está bem! Queria saber como você está pra a viagem.


-Não estou bem e você sabe! Eu to nervoso. E você vai chegar que horas? Vai com a gente?


-Não. Eu vou pegar outro vôo. Mais acho que a gente chega na mesma hora. 


-Eu te amo! Ele falou.


-Então... Só era isso! A gente se ver amanhã! Eu fingia não ouvir.


-Eu te amo!


-Tchau Luan! Cada vez que ele falava parecia que fazia meu coração bater mais forte.


-Eu te amo!


Ele sabia que insistindo iria me fazer pensar... Mais foi mais forte que eu. Nem ele esperava.


-Também te amo!


Quando eu falei aquilo eu ouvi que ele sorriu. Eu desliguei. 


-Que ódio Luan! Joguei meu celular na cama com raiva. 


A campanhinha tocou.


Eu fui atender a porta pensando que era a Mi. Quando eu abri e vi quem era eu queria nem ter aberto a porta.


-O que é? Agora é você? Olhei pra cara dele com raiva.


-Só vim ver como você está! O Ricardo falou.


-Posso te falar umas coisas? Perguntei a ele.


-Pode! 


-Vem cá! Você acha que eu sou idiota ou que eu sou burra? Eu quero saber a verdade, sério! Falei ironicamente.


-Por que isso?


-Ta pensando que eu sou os dois né? Só pode! Menino se toca ninguém aqui precisa de você, ninguém aqui te suporta! Volta pra sua casa e esquece que você tem vizinho. Faz esse favor? Bati a porta na cara dele.


Voltei pro quarto verifiquei a minha mala, pra ver se não tinha esquecido nada. Com a raiva que eu estava eu não demorei a pegar no sono. Acordei com o celular despertando. Tomei banho e chamei um táxi, fui para o aeroporto. Entrei na sala de embarque e esperei a hora do vôo. 


Uma menina sentou ao meu lado e ficou me olhando, durante um tempo. Recebi a ligação do Max que me perguntou algumas coisas e me disse o que já tinha feito. A menina continuava me olhando. Ela parecia ter doze anos e usava o anel de coco. 


-Você e o Luan vão ficar bem. Essa viagem vai cuidar de tudo você vai ver!  


Ela sorriu se levantou e sentou ao lado dos pais dela. Entrei no avião, sentei na janela, coloquei música para ouvir e aquelas palavras, que a menina havia me falado, ficaram na minha cabeça. A viagem iria ser longa. Durante a viagem eu dormir e tentava não pensar no reencontro com o Luan, mas até nos sonhos ele se fazia presente. 


Quando o avião pousou a primeira coisa que eu fiz, foi ligar para o Anderson, mas ele não atendia. Fui pegar minha mala. Andei um pouco e os vi na fila da alfândega. Eles estavam enrolados no inglês, a Bruna tentava ajudar, os pais dele estavam distraídos, o Luan ria o tempo todo com o Rober e o Max estava com a câmera na mão, rindo também. Eu sorri. Fui até eles, cheguei ao lado do Luan e falei com o funcionário. O Luan parou de ri e ficou me olhando. Ele chegou mais perto de mim e um arrepio percorreu o meu corpo, o meu coração disparou. 


-Não sabia que você falava inglês B! A Dag comentou. 


-Meu pai me obrigou a fazer cinco anos de curso. Que saudades de vocês! Abracei todos, deixei o Luan por último. 


Quando o abracei senti nossos corações no mesmo compasso, acelerados. O cheiro dele invadiu o ar e eu queria ficar ali pelo resto da minha vida. Desfiz o abraço e sem graça olhei pra ele e sorri. 


-B é sua vez! O Max falou ligando a câmera. 


Eu gravei o Diário e o Luan me olhava. Confesso que eu fiquei sem jeito, mas fiz o Diário e ri um pouco com o Max tentando falar inglês. 


-E o restante da equipe? Perguntei a Dag.


-Vieram antes e o tradutor com eles. O Luan respondeu mais rápido que a Dag.


Olhei pra ele e continuei andando, voltei minha atenção para os vídeos que o Max tinha feito. 


-Olha que massa! O Max que estava ao meu lado apontou para um cartaz da Disney que mostrava o parque do Harry Potter. 


-Meu sonho! Eu comentei. 


O Luan me olhou e sorriu. Ele estava fazendo de tudo pra que a minha atenção fosse só dele. Ele comentava várias coisas e eu só observava. Na van, que nos levou até o hotel, ele fez questão de sentar na minha frente. A gente trocou olhares o tempo todo, até que eu peguei o notebook e fiquei passando os vídeos, para o computador. 


-Estava com saudades de te ver assim! Ele comentou e sorriu pra mim. 


Eu olhei pra ele e desviei o olhar para o Max.


-Esse vídeo ficou muito tremido... 


O Luan fechou o notebook. Nos olhamos e ficamos em silencio alguns longos segundos.


-Me dá atenção? Ele pediu. 


Eu fiquei sem falar nada. As palavras pareciam não querer sair da minha boca. 


-Mesmo que a gente não volte... Eu sei que ainda está chateada comigo, mas a gente tem que fingir que está tudo bem, pelas fãs, não é? E só um segundo da sua atenção me deixaria muito feliz! O Luan ainda olhava, fixamente, nos meus olhos. Eu retribuía o olhar.


-Pelas fãs! Foram as únicas palavras que saíram da minha boca. 


Quando chegarmos ao hotel eu esperei a Dag e o Anderson assinarem alguns papeis para a liberação das chaves. Logo depois os dois pediram para que eu e o Luan sentássemos juntos e nos olharam com cara de preocupados. 


-Tem uma parte da impressa aqui no hotel. A gente estava pensando que se vocês dois dormissem... A Dag começou.


-Eu quero um quarto pra mim! Eu pedi. 


-B a impressa... O Anderson tentava me fazer aceitar aquela idéia maluca.


-Não me interessa a impressa! Vocês querem me fazer dormir com o Luan só pra agradá-los? 


-Anderson faz assim, a B fica no quarto com a Bruna não precisa ninguém ficar sabendo que a gente não dormiu junto. O Luan falou meio triste.


-Obrigada! Olhei pro Luan.


-Ok! O Anderson saiu pra resolver, junto com a Dag. 


-Pelas fãs... O Luan começou a falar.


-Quer saber? Não as envolve nesse assunto. Eu posso até fingir que a gente ta junto, com abraço, mãos dadas, sorrisos, mas não envolve as meninas nisso. E já está mais do que na hora de falarmos a verdade. Falei impaciente.


-Mas...


-Se você ainda tem esperanças, que bom pra você! Mais não se ilude muito, não. Levantei e fui pegar a chave do quarto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário