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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Um beijo vale mais que mil palavras

Ter que fingir que estava tudo bem, não iria dá certo ou iria dá muito certo. Eu e o Luan tivemos que dividir o quarto durante o dia. A gente se olhava a todo instante. Tinha vezes que nos olhávamos e olhávamos pra cama. Ele levantou e foi até a varanda.

-Quer comer? Apareci na varanda.

-To sem fome!

-Lú... -ele virou-se pra mim e sorriu- você tem que comer.

-Então pedi alguma coisa ai!

Eu voltei para dentro, do quarto, e liguei pra recepção, pedi algo para nós comermos. O Luan sentou ao meu lado e pegou em minha mão. Aquele momento pedia um beijo, mas eu levantei e voltei pra mesa, que havia no quarto, e fui editar vídeo. Ele pegou o violão e começou a cantar Certos Detalhes.

-Quer parar! Pedi impaciente.

-Por quê? Ele me olhou sorrindo.

-Você é irritante!

-Eu? Eu só estou tentando reconquistar uma pessoa. O sorriso não saia do rosto dele.

-Não Luan, você não precisa reconquistar. Essa pessoa te ama! Mais ela está machucada demais pra enfrentar o medo para arriscar. Eu falei pra ele e saí do quarto.

Durante o dia fomos conhecer a estrutura do show e eu e o Max filmávamos tudo. Eu fiquei impressionada com o tamanho do palco, era muito grande. Era um evento que parava Nova York. Todas aquelas avenidas cheias de brasileiros e curiosos, para se sentirem perto do Brasil ou para matarem a curiosidade.

Enquanto o Luan e a banda viam como seria a organização do palco uma menina ficava ao lado do Luan. Ela parecia que era filha de algum organizador, ela insistia no Luan. Eu a queimava com o olhar.

-Ciúmes no ar! O Max parou ao meu lado.

-Ciúmes? Que ciúmes? Olhei pra ele.

-Ela é filha de um dos organizadores. É brasileira e bem bonita! Está ajudando o Luan a entender o inglês e está doida pra ensinar a ele o restante...

-Max você não tem mais o que fazer não? Perguntei impaciente.

-Tenho não! Ele sorriu.

-Chega! Eu fui em direção ao Luan e a menina.

-Essa parte aqui é onde vão ficar alguns efeitos... Ela explicava para o Luan.

-Amor vem cá!

O Luan se assustou quando eu o chamei de amor, a menina arregalou os olhos.

-Amor? O Luan perguntou.

-É! Eu tenho outro namorado?

-Namorado?

-Luan quer vir aqui? Ah! Estou atrapalhando alguma coisa? Perguntei de uma forma sínica.

-Não, nada! O Luan respondeu rápido. O Max ria de longe.

-É que o Anderson está te chamando! O Luan saiu e foi até o Anderson. Eu olhei pra a menina, sorri e saí a deixando sozinha.

-Pronto! Voltei para o lado do Max.

-Foi engraçado! E a cara que o Luan fez? O Max ria.

-Se você falar alguma coisa você vai ver! Falei firme com o Max.

-Vocês vão dormir hoje juntinhos! Não falo nada! Ele sorriu.

-Não vamos mesmo! Acho bom não contar!

O Max ergueu os braços, como se estivesse se rendendo. Eu sorri.
 
-Tava falando sério lá no palco? O Luan me perguntou assim que chegamos ao quarto.

-Não tem que fingir? Eu estava mexendo na minha mala.

-Fingiu muito bem! Achei que estava com ciúmes. O Luan provocava.

-Ciúmes? De que? De você? A gente não namora mais, esqueceu? Me virei pra ele.

Ele se aproximou e eu dei um passo pra trás.

-Ta fugindo?

-Fugindo de que?

-Não sei, responde você!

Ele deu mais alguns passos e eu me encostei na parede. Ele se aproximou e acariciou meu rosto. Me olhando nos olhos ele pegou em minha mão, eu procurei alguma brecha para fugir, mas eu não conseguia me mexer. Não queria sair dali.

-Te amo! Ele falou quando os lábios dele se encostaram aos meus.

-Me deixa! Empurrei-o.

Ele era mais forte e não se mexeu, aliás, ele se mexeu mais foi pra mais perto de mim. Ele começou a me dar leves selinhos, que foram evoluindo pra um beijo. E que beijo. Nossas respirações estavam ofegantes e o beijo ia ficando mais intenso. Ele, cada vez mais, me puxava pra perto dele, nossos corpos ficaram tão juntos que não existiam milímetros de distancia. Alguém bateu na porta e a gente se assustou. Nos afastamos.

-Não faz mais isso! Olhei pra ele e saí. A Dag se assustou quando abri a porta.

Fui pra uma área de lazer que havia no hotel e sentei em frente a um pequeno jardim. Fiquei pensando naquele beijo por longos minutos. “Eu tenho que ficar aqui e fazer o Diário” pensei. Seria mais difícil do que eu pensava. As palavras daquela menina invadiram a minha cabeça.

-Que ótimo! Tudo vai se resolver? Vai concerteza, pra ele! Pensei alto.

-Ta falando sozinha? A Marla sentou do meu lado.

-Marla me diz o que eu faço! Me ajuda, por favor? Pedi a ela.

-B vocês se gostam e isso é uma coisa que ninguém pode negar! O que você tem que fazer é arriscar de novo. Eu sei que fica difícil por que vocês terminaram de uma maneira, não muito boa. Eu via as brigas de vocês. Mais você não acha que vocês podem superar isso? Se você não arriscar de novo, nunca vai perder esse medo e essa dúvida se vai dá certo ou não. O Luan já está decidido e você sabe. Ele quer ficar com você! Ele está disposto a fazer qualquer coisa. Ele me falou que está arrependido de ter descontado o estresse dele em você e ter feito aquelas cenas de ciúmes. Antes dos shows ele ficava muito triste, a gente que tinha que animá-lo, às vezes. Ele sente muito a sua falta. Ela sorriu.

-É eu sei! Mais eu estou machucada demais pra arriscar de novo.

-Você tem que deixar com que esses dias que vocês vão passar juntos falarem por você. Deixa rolar! Você vai saber, no final, o que você quer e o que seu coração estará te pedindo.

-É melhor! Brigada! Sorri pra ela.

Ela saiu me deixando pensar sozinha. 

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