Fazia um dia lindo, ensolarado. O céu estava azul e não havia nenhuma nuvem. Eu vi o Luan distante. Eu o chamava mais ele corria de mim, brincava comigo.
Estávamos em uma praia, parecia ser uma ilha deserta, estávamos sós naquele lugar. O Luan estava ficando cada vez mais longe, eu não conseguia alcançá-lo.
-Luan pára! Eu gritei para ele ouvir, por que entre eu e ele havia um espaço enorme.
O Luan parecia não ter escutado, continuou correndo. Ele só gritava:
-Vem amor!
Eu não conseguia alcançá-lo de jeito algum. Eu corria mais depressa e não conseguia. O dia estava lindo, mais sombrio ao mesmo tempo, algo naquele lugar era desconfortante pra mim. Aquele lugar me deixava com medo.
O Luan estava ficando cada vez mais longe, de mim, e eu sentia, cada vez mais, medo. Ele não estava me vendo, por que se estivesse veria o medo estampado em meu rosto e pararia de correr. O cansaço tentava me domar, mais eu não deixava. Se eu parasse de correr eu iria ficar sozinha naquele lugar. A noite chegava.
O Luan derrepente parou. Eu caminhava em sua direção e sentia um alívio imenso. Eu estava caminhando na direção dele e o medo ia passando. Quando estávamos a centímetros, era o que me parecia, eu vi que o que nos separava eram quilômetros. Eu comecei a chorar e mesmo assim caminhava ao seu encontro. A noite caiu sobre mim.
Ele continuava parado não fazia nenhum esforço para se mover. Quando eu pensei que iria tocá-lo ele sumiu. Eu não esperava. Ele me deixou naquele lugar sozinha. O Luan nunca iria fazer isso. Eu estava com frio e com muito medo. Olhei de um lodo para o outro e ele, aquele que sempre me dizia me amar, aquele que me fortalecia, apenas, com sua presença havia me deixado. A noite pesada sobre mim.
Eu estava naquele lugar escuro e frio. A praia era linda. Mais aquele lugar conseguia ser, também, sombrio. O Luan havia me deixado me abandonado, eu não queria acreditar. Eu apenas sentei naquela areia macia e chorei. Molhei a areia com minhas lágrimas. Apesar de tudo eu não conseguia culpá-lo.
Eu me culpava de tudo aquilo estar acontecendo. Eu não conseguir acompanhar os passos dele. Eu o fiz esperar demais. A única coisa que eu conseguia fazer era gritar. O meu grito foi alto e fino, como se alguém fosse me escutar. Eu tinha esperanças que ele aparecesse.
Eu ouvi sua voz macia e suave, que estava mistura com medo naquele momento, me chamar. Eu não pensei duas vezes e abri meus olhos. Tudo o que eu conseguia ver era ele em minha frente. Eu o abracei.
Eu estava suando frio, tremia, estava muito nervosa. A minha respiração estava falha. E sentir ele me abraçar era muito bom. Ele tentou desfazer o abraço, mas eu não deixei.
-Não me solta! Eu pedia a ele.
-Amor ta tudo bem agora, calma! Eu estou aqui bebê! Ele tentava me acalmar.
Ficamos por um bom tempo, assim, abraçados e ele tentando me acalmar. Até que se desfez aquele abraço e ele pegou em minhas mãos.
-Amor foi um pesadelo. Está tudo bem, agora! Ele acariciava meu rosto com seus dedos macios.
Eu balancei a cabeça com um sinal de positivo e lágrimas escorriam em meu rosto. Elas caíam involuntariamente.
-Foi horrível! Eu chorava.
-Tudo bem! Ele me abraçou.
-Não quero dormir de novo! Eu pedia a ele.
Ele me colocou em seu colo e me fazia carinho.
-Quer que eu cante pra você? Ele perguntou.
-O que foi isso? Os pais dele entraram no quarto.
-A B teve um pesadelo. O Luan respondeu e eu confirmei com a cabeça.
-Está tudo bem, agora? O pai dele perguntou.
-Está! Eu o respondi. Estava mais calma, mas apertava a mão do Luan com muita força.
Eles saíram do quarto deixando eu e o Luan sozinhos, novamente. Ele pegou o violão e começou a cantar Pra você Lembrar de Mim. A voz dele me acalmava e ele parecia brincar com isso. Ele cantou por um tempo pra mim e logo depois me colocou em seu colo e me fez carinho. Eu lutei contra o sono, não queria ter aquele pesadelo novamente, mas não resistir e acabei adormecendo.
Durante a noite acordei várias vezes para ter a certeza que ele estava ao meu lado. Por várias vezes o Luan se mexeu e eu acordei e peguei a sua mão, era como se eu fosse evitar que ele fosse embora; “embora pra onde?” me perguntava e voltava a dormir.
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