Eu era uma menina normal. “Era não. Sou ainda!” Eu ia pra escola, tenho amigos, uma família. Mas o que me torna meio diferente é essa história:
Eu nasci em Salvador, capital da Bahia, só que meus pais trabalham onde a empresa mandar. Ainda muito pequena fui para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, por conta do trabalho dos meus pais. Lá passamos dois anos. Fomos morar em um bairro bem tranqüilo e de classe média. Minha mãe ficou amiga de uma mulher chamada Marizete, parecia que elas se conheciam desde pequenas. Na época eu tinha menos de um ano, e essa amiga de minha mãe tinha um filho com quase dois anos. Eu e o filho dela ficamos muito amigos já que nossas mães eram super amigas. Minha mãe me conta até hoje que eu e o “Luanzinho” éramos carne e unha, e que quando a gente teve que voltar pra Salvador ele até chorou. Depois, disso, minha mãe e a Marizete não tiveram mais contato.
Hoje eu continuo morando em Salvador, mas já passei pelo Rio, São Paulo, Minas, Rio Grade do Sul, enfim, vários lugares. E foi por causa dessas viagens que perdi meu 2ª ano do ensino médio.
Mas foi na minha segunda vez no 2ª ano que estourou uma música chamada Meteoro “é de um menino ai”, me diziam. Um dia eu estava no computador conversando com minhas amigas no MSN quando eu ouvi.
-AAAAAAAAAAAAH! Meu Deus eu nem acredito!
Sai correndo para ver o que tinha acontecido, pra minha mãe ter gritado daquele jeito.
-Mãe o que foi? Perguntei.
E logo atrás meu pai de toalha, porque tinha saído do banheiro enquanto estava no banho.
-Amor o que foi?
- É o Luanzinho meu amor. Ta na TV! Lembra da Marizete?É o filho dela, o Luan.
Minha mãe aumentou a TV. Eu como sempre ouvia falar nele fui assistir, também. No programa passou a historia dele. Era um menino que tinha acabado de estourar no Brasil e todos queriam saber de onde ele veio.
Passado o programa minha mãe me pediu para ver se tinha o site para ela pegar o contato pra voltar a falar com a Marizete. Fui ver. No site tinha o telefone, só que eu não acreditava muito que fossem dar o número do telefone da mãe do Luan a minha mãe. “E num é que deram?!” O empresário do Luan deu porque minha mãe o conhecia também.
Então no dia seguinte minha mãe chega do trabalho, á noite, e decide ligar para a Marizete.
-Alô, Marizete? Sou eu, amiga, a Cláudia, lembra de mim? Pareceu que reconheceu porque minha mãe parecia uma adolescente falando no telefone.
Terminaram de conversar, depois de três horas. Ao termino da conversa, minha mãe se volta pra mim e para meu pai, que assistíamos a cena rindo:
-Nós vamos para Londrina!
-O que? Eu e meu pai falamos juntos.
-Vamos sim! E vamos ficar na casa da Marizete.
-Mas amor você ta doida? Como é que a gente vai assim? E o trabalho?
-Vai ter as férias de São João e a gente vai!
Foi nessa hora que eu protestei.
-Mãe tudo menos no São João! Logo, agora, que a gente vai pro mesmo lugar das minhas amigas a senhora quer fazer uma loucura de ir pra Londrina?
-Mocinha você vai sim! E o senhor, (Ela virou para o meu pai) vai tratar das passagens!
Dizendo isso nem o meu pai nem eu parecíamos que iríamos conseguir tirar essa idéia da cabeça da minha mãe. Foram semanas eu e meu pai tentando convencer ela, e nada.
Fomos para Londrina. Chagando lá a Marizete e o marido, seu Amarildo, foram receber a gente.
-Nossa! Como a Bia cresceu. Quando você foi embora, eu lembro como se fosse hoje, o Luan chorou tanto.
Eu fiquei sem graça, mas minha mãe aproveitou.
-E cadê o Luan?Ele ta aqui?
-Não, não. Mas vai chegar amanhã. Ele conseguiu realizar o sonho dele. Ta viajando feito louco. E eu aqui com o coração apertado.
Meu pai que estava com cara de poucos amigos, antes da gente chegar, estava conversando e adorando rever o seu Amarildo. E eu ali, pensando; será que elas vão querer que eu e esse Luan fiquemos brincando, só, pra elas relembrarem? Por que pelo o que me consta ele já tem seus 19 anos e eu 18. Só se elas quiserem que a gente brinque de outra coisa.
Eu sorri pensando isso, e acabei me virando para uma menina que tinha acabado de chegar.
-Mãe eu tava no carro, sozinha! A senhora disse que iria ser rápido.
Ela era a irmã do Luan, parecia muito com a mãe dele.
-Olha! Amiga essa é a Bruna que eu te falei.
-Nossa! Como ela é linda!
E era mesmo, muito bonita. E minha mãe se virou pra mim.
-Filha essa é a Bruna.
A gente se cumprimentou. Ela me tratou super bem, e eu também.
A gente seguiu para a casa deles. E no caminho eu acabei enchendo a Bruna de perguntas sobre o Luan e ela me enchendo de perguntas, também. Queria saber tudo sobre Salvador e como eu suportei o Luan tanto tempo. A gente riu muito durante a ida pra casa deles. Chegamos e eu já considerava a Bruna como uma amiga.
A noite caiu. E era a hora de decidirmos onde a gente iria dormir. Então meus pais dormiram no quarto de hospedes e eu iria dormir com a Bruna, era o que eu e ela havíamos pensando. Só que não foi assim. A mãe do Luan fez questão que eu dormisse na cama dele. Eu fiquei sem graça, mas fui.
Eu abri a porta do quarto. Era um quarto normal, de menino. Bagunçado, mas legal. Fui ao banheiro tomei banho, me troquei, fui pra cama e ai não vi mais nada, de tão cansada que eu estava.
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