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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O presente antecipado

-Piroca ela não gosta disso! Olha; faz como eu te pedi e não troca aquilo, não!

O Luan estava acertando, combinando ou discutindo algo com a Bruna que eu não conseguir identificar o que era. Eu estava acordando quando ouvi parte da conversa.

Faltavam dois dias pro meu aniversário e estávamos em Londrina tínhamos combinado de ir pra lá essa semana, já que o Luan não via a família há mais tempo que eu.

Espreguicei-me e sentei na cama.

-Bom dia meu amor! O Luan que estava em pé e de toalha veio me dá um beijo.

-Bom dia! Que preguiça!

-Bora sua preguiçosa! Levanta tem surpresa pra você.

-Pra mim?

-É sim!

Levantei fui tomar banho, me arrumei e quando saí do banheiro o Luan estava arrumado, com um buquê de flores do campo, e o café na cama me esperando. Fiquei surpresa.

-Mor pra que isso tudo?

-Antes de te responder eu vou te dá algumas informações.

-Ta! Manda ai!

-Meus pais e a Bruna já estam indo pra Campo Grande, ou seja, estamos sozinhos. E eu quero comemorar seu aniversário, agora, por que você vai ficar com sua família no dia e amanhã não vou ter tempo, então o único dia foi hoje. Toma, são pra você! Ele abriu um sorriso e me entregou o buquê.

-Mor brigada...

Ele me beijou. O Luan queria aproveitar cada instante. Ele me puxou pela cintura pra mais perto do corpo dele e eu sentir o calor dele, o cheiro... Ele, simplesmente, me falou no ouvido:

-Hoje eu quero você só pra mim! Hoje eu quero te sentir como nunca te senti antes, quero te beijar como nunca beijei antes. Hoje eu quero você mais que ontem e muito menos que daqui a mais 19 anos. (Ele sorriu, encostou a testa na minha e me olhou nos olhos) Eu quero que essa seja a primeira de muitas datas importantes, em sua vida, que vou está presente. Eu te amo!

-Se depender de mim você vai está presente e vivenciando a maioria delas. Eu que amo!

A mão dele deslizava em meu corpo. Era como se ele já conhecesse cada centímetro da minha pele, de mim. Ele estava com a mão embaixo do meu cabelo e fazendo carinho. O beijo era mais que especial era inesquecível. Os lábios dele quando tocavam os meus, me provocavam arrepios.

-Vamos comer? To com fome amor! Ele me olhou com uma cara de carente.

-É... Vamos! Também to! Concordei com ele, acordando daquele clima.

Fomos tomar café na cama. Enquanto tomávamos café trocamos olhares. Eu olhava pra ele e relembrava tudo o que tínhamos passado e ao mesmo tempo desejando... Desejando ele muito mais perto de mim.

As mãos dele quando me pegavam me causavam arrepios. Eu estava tão concentrada em cada caricia que ele me dava que acabei viajando pra outro planeta. Resolvi acordar e provocar o mesmo nele. Estávamos em um momento só nosso, ali no quarto dele, na casa dele, sem ninguém... Ninguém pra nos atrapalhar, só nós.

Eu prestava atenção em cada toque que eu dava nele e percebia leves arrepios pelo seu corpo. Tudo estava tão intenso, entre nós, que parecia não ter fim, parecia que não existia mais ninguém, só eu e ele. Ele sussurrava em meu ouvido “eu te amo” e isso fazia aquilo se tornar mais especial.

-Mor?

Senti leves beijos em meu pescoço, era o Luan me acordando.

-Oi!

-Foi tão bom assim que você ficou sem energia? Ele sorriu.

Eu dei risada.

-E quando não é bom?

-Boa resposta! Ele sorriu e me deu um beijo.

-O que foi?

-A gente vai pra Campo Grande!

-Fazer o que?

-Amanhã bem cedo, antes de viajar, eu vou te levar pra um lugar. Ai depois a gente se despede, você vai pra Salvador e eu pro Piauí. Ele fez um bico e uma carinha triste.

-Você quer que eu fique? Eu fico meu bebê! Sentei-me, na cama, ainda enrolada no lençol, e dei um selinho nele.

-Quero! Quero que você fique aqui assim comigo pra sempre. Ele me abraçou.

-Ai! Amor ta me apertando!

A gente riu. Eu fui tomar banho para seguirmos viagem.

Chegamos a Campo Grande e fomos recebidos com a mesma alegria e energia de sempre. A avó e as tias do Luan fizeram um almoço bem gostoso em comemoração ao meu aniversário que só seria dali a dois dias, mas valeu e muito.

Eu e o Luan, naquele dia, estávamos mais ligados que nunca. Depois de um tempo pensando...

-Mor eu já sei por que a gente está assim! Comentei com o Luan.

Estávamos sentados na varanda, da casa da avó do Luan. Eu estava no colo dele e ele bebendo terere.

-É? Por quê? Ele perguntou e sorriu.

-Por que a nós estávamos mais maduros e nos conhecemos melhor!

Ele me deu um beijo e sorriu.

-E o principal; nos amamos! Ele piscou o olho.

Acordamos cedo no outro dia, eu e o Luan. O Luan estava fazendo segredo do lugar aonde ele iria me levar só dizia “é um segredo meu! só quem sabe que eu fico lá é minha avó, que ia me buscar lá quando eu era pequeno”. Embarquei nessa com o Luan.

-Luan eu to curiosa! Protestei, estávamos andando fazia vinte minutos.

-Êita muié afobada que eu tenho!

Ele estava me guiando, agora, por árvores, onde havia uma trilha entre elas. Ouvi um barulho de água correndo, deduzi que deveria ser a correnteza do rio.

-Nossa! Que lugar lindo!

O barulho da água não era da correnteza do rio e sim de uma pequena queda d’água que havia em um rio de águas cristalinas.

-Gostou?

-Amei!

-Eu vinha aqui pra pensar ou só pra me esconder pra não tomar banho. A gente riu.

-Nossa! Que trabalho você dava a sua avó só pra tomar banho Luan.

-E eu vim aqui quando você foi embora, quando nós éramos pequenos e fiz isso...

O Luan chegou perto de uma árvore e começou a escavar alguma coisa. Ele pegou, depois de algum tempo, uma caixa.

-O que é isso?

-Pega! Abri você! Ele me entregou a caixa e piscou.

Eu abri. A caixa guardava uma carta, uma foto e um ursinho. Eu abri a carta e lá tinha escrito em letras muito borradas “eu te amo, Lú!”, eu havia escrito pro Luan. A foto era de nós dois tomando banho naquele lugar. O urso era o que eu mais gostava quando era pequena, ele se chamava: Bube.

-Você guardou isso?

-Guardei! E eu vinha pra cá e ficava olhando isso, mas depois de um tempo eu parei. Só nos meus dezesseis anos minha mãe comentou de você ai eu lembrei, fazia uns dez anos que eu não vinha mais aqui pra ver, ai abri e lembrei de você e você apareceu em minha vida depois de três anos. Ele sorriu.

-Sabia que eu tenho uma carta sua lá em casa também? Minha mãe disse que eu nunca desgrudava, mas eu acabei esquecendo e lembrei só quando te reencontrei.

-Amor lembra-se do Bube? Ele pegou o ursinho. Era um cachorro branco e tinha as orelhas rosa. Na sua barriga tinha um coração.

-Lembro! Você o tomava de mim por que dizia que tinha ciúmes dele.

A gente riu. Acabamos sentando, em baixo da árvore, lembrando coisas da nossa infância. Mesmo depois de me mudar de Campo Grande eu continuei voltando por mais dois anos pra ver o Luan. Ficar ali com o Luan abraçados era muito bom. Depois de um tempo voltamos rindo ainda de coisas que aprontávamos juntos. Despedimo-nos de todos e voltamos para o aeroporto.

No bicuço eu e o Luan dormimos um ao lado do outro, em poltronas diferentes, mas de mãos dadas. Eu iria ficar em Salvador e ele seguiria para o Piauí. Chegando a Salvador demos um abraço e um beijo de compensar o tempo que iríamos ficar separados.

-Boa viagem! Eu amei tudo! Brigada meu amor! Agradeci.

-Eu te amo!

-Também amo!

-Casal, vocês estam se despedindo tem quase uma hora! O Anderson brincou.

-Já vou! O Luan respondeu.

Demos outro beijo. Ele entrou no bicuço e eu esperei eles decolarem e fui pra casa.

Fiquei a noite pensando. Só pensava em cada momento ao lado do Luan. 

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