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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pesadelo ou realidade?

-O que você vai fazer esses dias sem mim? O Luan me perguntou.

Estávamos no bicuço. Teríamos três dias de folga antes de voltar à rotina então decidimos ir, cada um, pra sua casa. O Luan iria pra Campo Grande, já que a família dele já estava à espera dele lá e eu pra Salvador.

-Eu acho que vou pra praia! Tem um tempo que não vou á praia. Eu sorri.

-Vai exibir esse corpinho na praia é? Não demora muito não! O Luan brincou.

-E você?

-Churrasco os três dias! Ele abriu um sorriso enorme. Aquele sorriso me fascinava de um jeito incrível.

Depois de um tempo eu e o Luan dormimos, daquele mesmo jeito, de mãos dadas, um ao lado do outro e em poltronas diferentes. Eles iriam me deixar em Salvador primeiro, já que estávamos no Nordeste, ainda.

No aeroporto de Salvador estavam me esperando o Jú a Mi e meus pais. Descemos, eu e o Luan, nos despedimos com um aperto enorme no peito e o Luan cumprimentou todo mundo. Esperamos o bicuço decolar.

-O que você quer fazer? A Mi me perguntou, já no carro.

-Eu quero ir á praia! Sorri.

-Mas antes você vai ao bendito do show que vai ter amanhã! A Milena me fez ir comprar esses ingressos ontem umas nove da noite. Estava em casa quieto ai a Milena me ligar; “Amor vai comprar os ingressos por que a B ta vindo e ela gosta das bandas.” O Jú falou isso comum pouco de raiva na voz, mas só foi a Mi olhar pra ele com um olhar tipo “desculpas” que ele abriu um sorriso.

Eu achava os dois à coisa mais fofa. O Jú meio sério e a Mi toda brincalhona e desajeitada. Um completava o outro. Eu não sabia se iria aguentar tanto tempo sem o Luan, vendo eles dois.

-Ta! Eu vou sim! Que bandas são?

-Banda Eva, Seu Maxixe e Tomate. A Mi respondeu.

-Nossa! Perfeição esse show! Comentei.

Fomos pra casa comentando como seria esse show, mas ao mesmo tempo meus pensamentos estavam em Campo Grande.

-Oi mor! Cheguei!

O Luan me ligou assim que ele entrou no carro já pra ir pra casa da avó. Eu já tinha chegado em casa, tinha um tempo, e já tinha arrumado minha mala.

-Oi meu amor! Que bom bebê!

-Ta fazendo o que?

-Eu to comendo! Amor tenho que te falar uma coisa.

-Que foi?

-Vou pra um show amanhã. A Mi e o Jú compraram pra mim, são as bandas que eu mais gosto!

-Amor...

-Ah! Bebê fica chateado não!

-Ta! Mas eu fico preocupado com sua segurança. B você sabe que todo mundo te conheci, amor você é famosa agora esqueceu?

-Não fica preocupado, não. A gente vai ficar no camarote e outra; eu quero muito ir!

-Ta! Amor mais fica ligando pra mim?

-Pode deixar! Ta fazendo o que?

-Bebendo terere com a Camila, Bruna e a Jeny.

-Manda beijos.

-Ta, mando. A Bruna quer falar com você.

-Cunha e essa praia?

-Vou domingo, borá? A gente riu.

-Amor te amo viu? O Luan estava se despedindo de mim depois que falei com as meninas no celular.

-Também te amo vida!

-Amanhã me liga?

-Ligo sim!

No dia seguinte, passei a manhã recebendo visitas e pela tarde customizei a camisa do show com a Mi e o Luan no celular, pelo viva-voz. 

-Amor, ontem, pedi pro Anderson ver como vai ser a segurança do local. E já tem fotografo e programas de TV que sabem que você vai. Não saia do camarote!

-Luan pára de preocupação! Eu já fui a muitos shows. Eu não vou sair não!

-Vão ter seguranças de olho em você! Como não me preocupar?

-Luan é só um show! Eu vou curto depois volto pra casa... Seguranças?

-É! Vão está por perto se acontecer algo.

-Por perto né? Não muito perto!

-Não amor! Por perto.

-Ta, então.

-Acabei amiga! E ai? A Mi tinha voltado do banheiro já vestida pro show.

-Nossa! Se eu fosse homem eu “garrava”! A gente riu.

-Amor espera que eu vou me trocar aqui! Falei como Luan.

-É... Luan se eu fosse você eu pegaria o bicuço e viria acompanhar sua namorada porque ela ta gata! A Mi brincou.

-Sério? Amor tira foto e manda pra mim? Ele pediu.

-Ta! Peguei o celular e tirei uma foto, pelo espelho, e mandei pra ele.

Eu estava de short jeans, com um tênis de lona e com uma blusa branca por baixo da blusa do show e com uma maquiagem leve, já que eu iria suar pulando no show.

-Ta gata mesmo! To indo pra Salvador! A gente riu.

Fomos para o show com o carro do Jú e eu não esperava que meus primos fossem. Encontrei com duas primas minhas e com dois primos meus, no camarote, um deles não via muito já que trabalhava em uma cidade, próxima a Salvador.

-Amor to no camarote com a Mi, o Jú e com duas primas e dois primos meus. Depois te ligo porque ta muito barulho! Avisei rápido para o Luan.

No camarote havia fotógrafos que, por sinal, ficaram me observando e tirando fotos o tempo todo. Resolvi esquecê-los e me divertir no show. Todos estavam curtindo os shows, que foram maravilhosos. Brincamos, pulamos, dançamos, cantamos tudo estava indo bem. No intervalo de um desses shows eu liguei para Luan.

-Oi amor! Ta tudo bem? Ele me perguntou

-To sim, amor! Se preocupe não!

-E os seguranças?

-Tão aqui me olhando! Ta parecendo até que estão hipnotizados. A gente riu.

-Mais era pra ficarem assim mesmo!

-Amor eu vou desligar ta? Além de você tenho que ligar pra minha mãe.

-Ta, bom amor! Amo você!

Depois do Luan liguei para minha mãe. Minha mãe estava muito preocupada parecia que ela estava pressentido algo.

-Mãe quer parar de maluquice? Eu to bem! E outra; o show vai começar aqui tenho que ir.

O resto dos shows foi bem tranquilo. Fora a parte de que quando eu ficava dançando com o meu primo os fleches aumentavam. Eu já estava até colocando na minha cabeça que eu tinha que avisar ao Luan que eu estava dançando com meu primo antes que dissessem ou ele pensasse algo.

O show terminou. Despedimos-nos dos meus primos e fomos embora. Estávamos no carro do Jú. Eu e a Mi dormimos de tão cansadas. Eu estava tão feliz. Era a primeira vez que eu me sentia, depois de um tempo, uma pessoa normal e não a namorada do Luan Santana. Senti-me uma adolescente que foi ao show da sua banda preferida, pela primeira vez.

Eu estava tão cansada que cheguei a sonhar, na verdade ter um pesadelo. No pesadelo eu estava em um carro com o Luan e estávamos rindo, quando de repente um carro desgovernado, vindo da direção contrária, batia em nosso carro. A batida foi tão intensa, no sonho, e quase real ,que cheguei a me assustar.

Tentei me mexer, mas algo me prendia algo me segurava. Tentei abrir os olhos e senti dores insuportáveis em cada milímetro da minha pele, do meu corpo. Abri os olhos e eu estava deitada com aparelhos em mim, e com um homem ao meu lado e não era ninguém que eu conhecesse.

Fiquei desesperada, não sabia onde eu estava e nem pra onde me levavam. Tentei me mexer mais foi em vão.

-Você tem que parar de se mexer, mocinha! Está tudo bem agora!

Aquele homem falando comigo e eu me perguntando onde estavam a Mi e o Jú e pensando no Luan, chorei. Eu sentia uma dor imensa em minhas pernas, na coluna e em minha cabeça. Só fazia chorar. Eu queria sair daquele lugar.

Tiraram-me daquela ambulância e eu vi fleches e mais fleches. Fechei os olhos e pensei na Mi e no Jú. O que tinha realmente acontecido?
Quando entrei no hospital estavam minha mãe e meu pai desesperados e chorando muito.

-Filha, minha filha eu te amo muito! Ta tudo bem agora! Minha mãe não sabia se me tranquilizava ou se tranquilizava ela, com essas palavras.

-Ela está bem! Acho que quebrou a perna, nada demais! É um milagre, porque o carro que veio na outra direção estava correndo muito.

Eu escutei o médico falando aquilo e me lembrei do sonho e pensei; “Então não foi um simples pesadelo, foi real! Eu tinha sofrido um acidente de carro, mas quem estava comigo foi o Jú e a Mi.”

Fui a uma sala fazer uma série de exames, tiraram aquela máscara de mim e tentei falar, mas não saía nada. Fizeram um exame atrás do outro e no final constataram que eu só tinha quebrado a perna. Depois de enfaixarem minha perna me deram uns remédios pra dor, por soro, e me levaram para um quarto.

-Mãe! Minha mãe entrou no quarto e ela veio me abraçar, nós choramos muito.

-Filha você está bem?

-To! Agora to! Onde está o meu pai?

-Está lá fora resolvendo umas coisas com o médico e falando com a Dagmar.

-A Dada ta ai?

-Não, pelo celular! O Luan está desesperado!

Quando ela falou “Luan” meu corpo queimou, querendo ele.

-E a Mi e o Jú?

Minha mãe me olhou com uma cara triste.

-Mãe o que aconteceu?

-Filha a Milena daqui a pouco vem te ver. O Jú está indo pra uma cirurgia agora!

-É muito grave?

-É uma cirurgia de risco, mas os médicos disseram que esta tudo, certo.

Eu não acreditei sabia que tinha mais.

A Mi entrou no quarto depois de um tempo. Ela estava sem nenhum arranhão, eu estava cheia de hematomas e dores. A gente se abraçou e choramos muito.

-Amiga o Jú! A coluna dele foi atingida.

Eu não sabia o que dizer, só sabia chorar, muito. Os pais do Jú e da Mi vieram ver como eu estava, depois de um tempo. Mais e ele? Onde o Luan estava?

-Filha o Luan! Meu pai me entregou o meu celular, que não foi destruído.

-Amor!

Quando ele falou, arrepios percorreram minha pele. Só de pensar que eu estava ouvindo ele e que mais cedo ou mais tarde o abraçaria, aliviava minhas dores.

-Oi meu amor! Meu bebê vem me ver, por favor! Eu falei segurando o meu choro.

-Minha vida eu to indo já! Eu vou te ver, claro! Quero te ter nos meus braços e ter a certeza que tudo não passou de um susto!

-Então vem logo!

-To entrando no bicuço agora meu amor! Minha mãe meu pai e a Bru estam indo comigo.

-Ta! Eu te amo muito!

-Fala isso de novo? Ele pediu.

-Eu te amo!

-Eu te amo mais ainda! Tenho que desligar amor me espera!

-Sempre!

Eu estava dormindo. Sentir o seu toque, o seu calor, o seu cheiro, os lábios tocando os meus em um beijo leve e suave.

-Mor? Chamei-o e abri meus olhos.

Ele vindo em minha direção e me abraçando, tão delicadamente e me dizendo “eu te amo” no meu ouvido, foram coisas que se fizeram de tranquilizantes e de remédios contra dor.

-Como você me dá um susto desses?

-Mor da bronca não! Fiz um bico.

-Não é bronca meu bebê! Eu só não quero passar por isso de novo. Você agora não sai do meu lado de jeito nenhum, ta me ouvindo?

-To amor! Sorri.

-Mi não ta bem! Ela ta ai fora esperando o Jú sair da cirurgia.

-É eu sei! Falei meio triste.

-Mor minha mãe e meu pai tão ai fora querendo te ver.

-Manda eles entrem. E a Bru?

-Ela estava aqui antes de eu entrar. Ela saiu chorando!

-Manda ela entrar também!

Os pais do Luan estavam muito preocupados e a Bru também. Eu a abracei e a tranquilizei.

-Se a gente terminar, você vai apanhar de todo mundo! Eu brinquei depois que os pais dele e a Bru saíram.

-Terminar? Essa palavra não existe no meu dicionário! Ele sorriu.

-Como te disseram?...Nossa! As fãs!

-Amor, calma! Já entrei no twitter e a Dada já publicou uma nota no site, elas estão sabendo de tudo e já receberam a notícia que você só quebrou a perna. Eu soube com uma ligação da sua mãe. Ela me visou e eu entrei em pânico!

-Por quê?

-Por quê? Você ainda me pergunta o porquê do pânico?

-É! Eu sorri.

-Por que se eu te perdesse eu não veria mais esse sorriso lindo, ninguém iria me dar colo, ninguém iria ter seus beijos, seu carinho, seu cheiro, seu calor. Ninguém iria me chamar de Rafa, de amor, de mor, de bebê ou de Lú do seu jeitinho. Ninguém iria te substituir e a dor seria muito grande. Eu perderia a minha inspiração! Eu perderia a minha vidinha, linda pra eu olhar quando ta dormindo e pra eu cuidar quando tivesse machucada ou doente. Ele abriu um sorriso e piscou.

Eu fiquei observando ele, não conseguir achar palavras pra responder ele. Só quis que ele me desse um abraço e um beijo.

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