Quem jura mente!

Os dias se passam e cada vez mais me perguntava; O Luan desistiu ou ele ta preparando alguma coisa?

Eu estava em casa com o Jú, ele tinha ido me buscar pra a gente ir ao cinema. A campaninha tocou.

-Jú atende? Eu gritei. Estava procurando um brinco no meu quarto.

-Ta! O Jú grita de volta.

Ele abre a porta.

-Ah! É você? O que você ta fazendo aqui?

-Eu vim ver a B. Onde ela está?

-Isso não é da sua conta!

O Jú estava alterando, cada vez mais, a voz. Eu saí do meu quarto para ver quem era e porque o Jú estava tão nervoso.

Cheguei à sala e meu coração disparou daquele jeito que só ele fazia bater. Mantive a calma.

-Luan?

-É ele, sim. Volta pra dentro, agora!

-Ei, fala assim com ela, não!

Agora o Luan que estava nervoso.

-Falo do jeito que eu quiser. Ela é “MINHA” namorada!

O Jú falou o MINHA com tanto gosto.

-Ei vocês dois, da pra parar?

Os dois me olharam.

-Jú eu vou ficar aqui! É minha casa! E eu sei que você é “MEU” namorado, mas não quero ser tratada assim, ok?!

Botei ênfase no MEU, como ele tinha colocada no MINHA, só que de ironia. Ele ficou quieto.

-Luan, aconteceu alguma coisa?

-Não. Eu só queria te ver, mas você está sem tempo.

-Não, tudo bem.

Quando eu falei isso o Jú me olhou com uma cara de raiva e de “o que você está fazendo?” O Luan adorou isso.

-Assim,... Você vai ficar aqui até quando?

-Até amanhã.

-Tem show?

-Não, to aqui pra te ver.

Eu fiquei sem graça e fui em direção ao Jú para abraçar ele, porque do jeito que ele estava ele iria acabar batendo no Luan.

-Ah! Ta então... Eu vou ao cinema com o Jú ai depois eu te ligo, pode ser?

-Pode sim.

Dizendo isso ele saiu. O Jú acaba falando tudo que ele estava segurando.

-Pode, não!

-Jú o menino veio aqui me ver, qual o problema?

-O problema é que você ainda é meio caidinha por ele! Esse é o problema!

-Eu, não, sou nada!

O Jú veio em minha direção, colocou a mão sobre meu coração.

-E porque está disparado ainda?

-Por que... Por que... Eu tomei um susto!

-Não foi Bia, pára ok?! Você quer saber? Perdi a vontade de ir ao cinema.

-Jú?! Meu amor você prometeu que não iria me deixar sozinha, lembra?

-Lembro.

-Então vamos, amor?!

-Ok, vamos!

Eu e o Jú fomos ao cinema. No cinema eu fiquei viajando em o que iria acontecer quando eu ligasse para o Luan. Eu jurei a mim mesma e ao Jú que não iria sair de casa e que só iríamos conversar pelo celular. Se eu encontrasse com o Luan, e ficasse sozinha, tinha medo do que poderia acontecer.

O Jú foi me deixar em casa. Estava em casa, sozinha. Meus pais tinham viajado a trabalho. Tomei um banho me arrumei para ir dormir. Eram umas onze horas da noite, quando eu criei coragem para ligar pro Luan.

-Tava esperando a sua ligação.

-Ah! Desculpas demorar. Cheguei e fui tomar um banho.

-Então foi bom mesmo o cinema.

-Foi sim. O que você quer falar comigo?

-Não, queria só falar. Queria te ver, também.

Quando ele falou isso meu coração bateu muito mais forte.

-B você ainda ta ai?

-To! É que caiu uma coisa aqui. Menti.

Ele deu uma risada.

-Tem como a gente se ver?

-Luan já está tarde.

-Eu sei.

-Então não acha melhor a gente se ver amanhã? Ai eu combino com a Milena e com o Jú pra gente sair e conversar...

-Amor eu quero você só pra mim. Não quero sair com mais ninguém, além de você.

-Luan, não complica minha vida. Eu to te pedindo!

-Mas não vou complicar.

-Já, está complicando!

-Vem me ver, paixão.

Ele disse isso com uma voz de carente.

-Vou te ver como? Eu nem sei onde você está. E outra, vou voando?

Ele riu e respondeu.

-Vem me ver de taxi, eu pago. Eu to no hotel Pestana. Pronto?

-Ta Luan eu vou.

-Então vem logo.

O que eu estava fazendo? E o que eu havia jurado, a mim e ao Jú? O que iria acontecer? Eu estava louca? Fui me arrumar, mesmo com um remorso enorme no meu coração. Resolvi me arriscar.

Liguei para uma empresa de taxi e chamei. Peguei o taxi e avisei para o Luan descer. Cheguei. Ele já estava na porta. Veio pagou a corrida, e abriu a porta pra mim. Nós subimos e enquanto estávamos no elevador, ele falou:

-Nossa! Que saudades de você.

Ele veio me abraçou e cheirou meu pescoço.

Senti um arrepio, que percorreu cada centímetro do meu corpo. Me tirei daquele abraço e falei, com ele, bem séria.

-Luan só vim te ver e conversar um pouco. Eu vou dormir em casa. E não vou muito tarde, não.

Ele me olhou.

-Tudo bem. Mas, me deixa, pelo menos, te tocar, eu posso?

Ele me pediu isso porque eu comecei a desviar até do olhar dele.

-Ta!

Chegamos ao quarto. Ele abriu a porta e entramos. Ele fez sinal pra que eu me sentasse na cama.

-Pronto. Estou aqui, o que foi?

-Queria te ter aqui comigo.

Ele veio e se sentou ao meu lado. Meu coração não parava de disparar.

-Pra que?

-Pra eu ter pelo menos um minuto contigo.

Ele falou essa frase acariciando o meu rosto, com o seu. Meu coração acelerou de vez. Me arrepiei. Um arrepio que começava na espinha.

Nossas respirações estavam cada vez mais ofegantes. Me levantei, tão rápido que assustei ele.

-Então... Eu estou aqui. Quer falar o que?

Ele ignorou essa minha última frase. Ele se levantou e veio em minha direção.

-Luan? O que você está...

Fui cortada bem no meio da frase. Ele tinha me puxado e me beijado. Um beijo que me enlouqueceu.

Quando dei por mim, estávamos deitados na cama. Ele em cima de mim e beijando meu pescoço. Eu o empurrei.

-Luan, pára!

-Parar por quê?

E ele continuava a beijar meu pescoço. Eu o empurrei com mais força. Me levantei.

-Eu vou embora. Chega ok?

Ele se levantou e tentou me beijar novamente. Eu virei meu rosto. Continuamos abraçados e ele sussurrou em meu ouvido.

-Amor, eu te amo! To louco por você! Pelo seu toque, pelo seu beijo, pelos seus carinhos. Por sua pele, seu cheiro.

E eu ali quase saindo de mim, de novo. Quando eu estava me entregando, mais uma vez, eu protestei.

-Luan me solta! Falei firme com ele.

Ele me soltou. Por instantes ficamos nos olhando, até que quebrei o silêncio.

-Poxa, Luan! Eu te pedi pra não complicar a situação. E foi tudo o que você fez.

-Eu fiz?

-Fez sim!

-Mas como é que você quer que eu me controle se eu já perdi o controle?!

-Eu só quero que você me dê um tempo, ok? Eu tenho que pensar. Por minha cabeça no lugar. Não é fácil ficar com você, sabia? Tem suas fãs e a sua fama. Eu vou acabar famosa também. Eu ainda nem terminei o 3ª ano e... É muita coisa em minha cabeça!

-Amor eu te dou todo tempo que você quiser. Mas pensa só em seu coração, ta bem?

-Ta!

-Mas tem uma condição.

-Qual?

-Você tem que dar um tempo com o Júlio, também.

-Eu já estava pensando nisso, mesmo.

E depois dessa conversa, ele me deixou ir. Cheguei em casa e aquelas cenas invadiram o meu sonho.