-Mor nunca vi você tão empolgada assim. O Luan comentou dentro do bicuço, estávamos indo para Recife.
-Estamos indo pra o Nordeste o que você queria que eu fizesse?
Ele riu.
-Só não gostei por que essa coletiva não foi em Salvador, já que em Salvador você não vai tão cedo. Protestei.
-Mor não começa! Quando eu te falei que iria ser em Recife você quase me bateu.
Eu ri.
-Tenho uma surpresa pra você!
-O que é? Perguntei.
-Você vai ver! É surpresa muié, fica quieta.
Estávamos há vinte e dois dias sem ver ninguém, ou seja, sem parar um minuto. Eu gostava e o Luan também, por um lado significava que ele estava fazendo sucesso, estava onde queria e pelo outro era ruim ficar sem ver ninguém, na verdade, sem poder parar e ficar com a família. As tias e primos do Luan viajavam, às vezes, pra ver os shows. Meus pais também, mas sem muito tempo. A Carol quase que não via e quando a gente se falava no MSN ou no celular era por pouco tempo por causa dos compromissos, igualmente pra Mi e pro Jú.
-Amor chegou! O Luan me acordou. Acabei dormindo na viajem.
Acordei meio assustada.
-O que foi mor?
-Tive um pesadelo!
-Tudo bem? Ele me abraçou.
-Tá, agora tá! Chegamos em Recife?
-Não. Ele sorriu.
-Onde?
-Olha na janela!
Eu reconheci. Era o aeroporto de Salvador.
-Nem acredito! Sério?
-Sério! A gente tem meia hora. Bora ver seus pais.
Fomos e eu vi meus pais e a Mi. Não tivemos muito tempo, mas sentir meus pais e ver a Mi me confortou depois de quase um mês sem ver eles. Voltamos e decolamos para Recife.
Logo quando pousamos eu vi uma multidão esperando o Luan.
-Que loucura! Aonde tá a câmera? Vou filmar isso!
Saí do bicuço filmando tudo. Os gritos, a confusão e o Luan recebendo presentes. Uma menina chorando me chamou a atenção, ela tinha cinco anos.
-Oi linda! Ela estava no colo do pai e quando me viu ela chorou mais ainda. Eu já tinha parado a gravação.
-Oi! Ela falou entre o choro.
-Pára de chorar filha. Olha é a B! O pai dela falou enxugando as lágrimas dela.
-É sou eu! O que foi? Por que você está chorando? Eles estavam atrás da grade e um dos seguranças do meu lado, o Luan estava próximo a mim.
-Por que eu gosto do Luan e te amo muito!
-Nossa! (arregalei os olhos) Você gosta do Luan e me ama?
Ela confirmou com a cabeça.
-É! Ela é louca por você! Não perde um Diário de Bordo e me fez vir aqui. O pai dela explicou.
-Wellington! Chamei o segurança.
-Oi!
-Tem como passar ela pra cá?
-Tem!
O Wellington abriu uma passagem na cerca de proteção e eu a peguei no colo. Ela me abraçou forte e me dizia “eu te amo”.
-Também te amo minha bonequinha! Eu comecei a chorar nunca tinha passado por algo parecido, o abraço dela era tão verdadeiro que me comoveu.
O Luan chegou, nos abraçou, e depois desfez o abraço.
-Nossa filha amor! Bora adotar? Ele deu risada.
Eu dei risada, chorando ainda.
-Linda qual é seu nome? O Luan perguntou.
-Ângela. Ela respondeu enxugando minhas lágrimas.
-Oia mor tem nome de anjo! Eu vou ficar bravo com você!
-Por quê? Ela perguntou.
-Por que você fez minha namorada chorar.
-Mas eu não quis...
-É brincadeira dele amor! Eu to chorando de felicidade viu? Bora tirar foto? Coloquei-a no chão e tirei foto na máquina do pai dela e no meu celular, eu não iria esquecer ela.
Devolvi-a pra o pai e fomos para onde seria a coletiva. Chegando lá o Luan passou rápido pelas fãs.
-Amores ele precisa ir, ele ta atrasado. Quando terminar ele vem, ok? Avisei as meninas.
Fui ao local onde estavam os repórteres para colocar a câmera, do Diário que iria transmitir ao vivo à coletiva, antes do Luan entrar, e fui bombardeada por perguntas.
-Calma! É o Luan que vocês vão entrevistar não eu! Eu dei risada.
Eles pareciam não ter ligado. A Dagmar teve que interromper:
-A Bia não irá fazer declaração alguma, hoje. Convidamos vocês para a coletiva de impressa do lançamento do DVD. O Luan já vai entrar e ele também não irá responder perguntas pessoais.
O Luan entrou e eu fiquei sentada em uma cadeira atrás da câmera. Começaram a perguntar sobre o DVD. Quando um repórter perguntou:
-A Bia te inspira? E percebi que você não pára de olhar pra ela, é uma forma de disfarça o nervosismo?
O Luan me olhou e sorriu depois se virou para o repórter.
-Me inspira sim! Eu to olhando por que tem um monte de “homi” aqui. Só pra ver se vão mexer com minha muié.
Todos riram.
-Se a Bia te inspira, tem música nesse DVD pra ela? Outro perguntou.
-Tem sim! É a Amar não é Pecado.
Logo quando terminou, a coletiva, eu desliguei a câmera do Diário e o Luan foi falar comigo.
-Mor e ai?
-E ai o que?
-Fui bem?
-Foi! E o que você quer com essa cara?
-Que cara?
-Essa! E Luan chega pra trás por que aqui nem rola né?
-Luan vai receber as fãs lá fora? Um fotógrafo perguntou.
-Vou sim rapaz! Mor...
-Bia pode da uma palavrinha? Uma repórter me perguntou.
A Dada tinha puxado o Luan pra ele receber, logo, as fãs que estavam lá fora. Eu me virei pra repórter:
-Depende da pergunta! Eu sorri.
-Como você se sente sendo a namorada do Luan e sendo a inspiração pra ele? Você da opinião a ele nas músicas?
-Eu me sinto... Não sei como me sinto. Sinto-me muito amada por ele, não é todo dia que um namorado faz uma música pra você do calibre da Amar não é Pecado. E quanto a dar opinião... Eu não dou, por que ele não mostra nada se não já estiver pronto ou quase pronto.
Logo depois chegou um repórter de um programa que eu sempre assistia, quando estava em casa, querendo falar comigo, era de Salvador.
-Pode da uma palavrinha?
-Posso! Nossa! Assistia ao programa sempre! Eu sorri.
-Bom, Bia, o negocio é o seguinte o Luan está conseguindo aguentar o pique dessa soteropolitana?
(Eu ri) - Nossa! Que pergunta viu Leu. Então, eu que tive que me adaptar ao pique dele. É uma viagem atrás da outra é uma loucura!
-Bia brincadeiras a parte, como você lida com esse assedio todo da impressa das fãs e com o Diário de bordo?
-A fama eu já esperava, por que namorando quem eu namoro. (Ri) Eu no começo fiquei um pouco assustada e minha preocupação foi às fãs. Agora eu me dou bem com elas; a fama e as fãs. Confesso que fiquei mais calma depois das fãs me aceitarem ai foi fácil fazer o Diário que é uma coisa que amo fazer.
-Eu conversei com as fãs lá fora e elas pediram pra eu perguntar; e o Luan Santana como namorado, como é?
-Ah! Ele é um super namorado. Ele se esforça, sabe, tenta sempre me dar atenção e conciliar o trabalho com o nosso namoro. Ele sempre está preocupado comigo. Nada fora do normal, não.
-E quando vocês têm um tempo o que vocês fazem?
-A gente vai pra casa da família ou a gente se curti sozinhos sabe?!
-Então é isso Bia. Brigado!
-Nada!
Fui procurar o Luan.
-Oi mor e ai?
O Luan estava meio nervoso. E enquanto eu estava indo na direção dele eu o vi guardando algo.
-Nada!
-Nada? Como assim nada?
-Nada!
-E as fãs?
-Eu acabei de voltar de lá.
-O que foi que você guardou ai?
-Eu?
-É você!
-Nada!
-Luan Rafael Domingos, você está estranho demais!
-Eu? Eu não!
-Você está bem?
-Eu to! E sabe o que mais?
-O que?
-Tem um monte de repórter e câmeras viradas pra gente agora. Ele apontou.
Eu me virei e fiquei sem graça. Depois da coletiva voamos para Natal onde seria o show do outro dia.
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