Logo de manhã, bem cedo, eu ouço uma batida na porta. Levantei e abri a porta. Era o Luan.
-Bom dia, B! Levanta logo e acorda a Bruna, também, a gente tem que ir logo.
-Bom dia, Lú! Ta. Eu faço isso.
Ele riu.
-Porque você ta rindo?
-Da sua cara de sono.
-Ah! Brigada. A sua também ta linda.
Eu ri.
-Ah! Brigada, também. Orgulhosa você.
-Brincalhão você.
A gente se olhou, parecia que a gente estava se desafiando. Mais se desafiando para descobrir bem mais um do outro.
O dia todo e durante a viagem eu e o Luan ficamos nos observando. Cada gesto, cada sorriso, cada fala, estava parecendo que estávamos competindo pra ver quem era o mais observador. E no meio dessa competição os nossos olhares se cruzaram várias vezes.
Chegamos a Campo Grade ficamos em uma casa que eles tinham, lá. Logo depois de arrumarmos tudo, as malas, o Luan se manifestou.
-Quero ir pescar. Bora?
A Bru já estava esperando por isso, mas eu não.
-Pescar? (Eu arregalei os olhos) Quieta menino, a gente acabou de chegar!
-O Luan ficar quieto? No dia que isso acontecer é pra internar ele. E a Bruna dizendo isso se levantou e me puxou. A gente foi no quarto se trocar.
No quarto eu perguntei a Bruna o que mais irritava o Luan, e ela:
-Na pescaria? Não ficar quieto, dentro do barco, pra ele pescar. Diz ele que isso irrita os peixes e ele não consegue pegar um. Por isso, que eu não vou com ele, vou com meu pai. Porque você ta perguntando isso?
-Por nada, não.
Durante o caminho ele não parou quieto, ficou perturbando eu e a Bruna. A gente riu, eu e ele, porque a Bruna se irrita fácil. Eu até que gostei, descobri mais coisas sobre ele. Chegando ao rio, o Luan foi ver o barco e eu fui atrás.
Ele viu que fui atrás, dele.
Ele viu que fui atrás, dele.
-Você ta aqui é?
-To, sim. Vim ver o barco também. Acho que vou com você.
-Ta. Assim é melhor, ai, eu te desafio.
-Ah! Mas não vai valer por que você vai ganhar.
Eu e ele rimos. Nós entramos no barco ai ele ficou quieto, nem parecia o Luan.
Eu perguntei:
-Tem piranha aqui?
Ele me deu uma aula sobre o Pantanal. Fiquei admirada com aquilo e prestei a atenção. Pelo que eu entendi não tinha nada de perigoso naquele rio, então resolvi brincar com o Luan. Me levantei, fiquei de pé. Ele se assustou e me ajudou.
-Cuidado pra não cair, muié!
Foi ai, que de propósito, eu caí. O Luan se assustou. Eu afundei completamente, e fiquei lá em baixo, d’água, quieta. Parecia que eu tinha me afogado. O Luan, imediatamente, pulou. Ficou desesperado, senti até pena.
-Luan! Vê se eu não to no fundo! Eu já estava dentro do barco e rindo muito.
-Se você quiser me matar de susto, avisa antes. Ele falou isso com cara de raiva.
-Desculpas! Eu só tava querendo por uma emoção. Só queria brincar. Foi mal.
-Ta. Tudo, bem. Foi até engraçado, mesmo.
-Você tinha que ter visto a sua cara.
Eu o ajudei a subir ,de novo, no barco.
-Já deu a pescaria, por hoje. Bora voltar?!
E dizendo isso a gente voltou pra margem. Chegando lá o pai do Luan, meu pai e a Bruna se assustaram por que a gente estava molhado. Encheram a gente de perguntas. Acabou todo mundo rindo da minha brincadeira. A gente voltou pra casa.
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